Sou fã declarado da Pixar. Tenho todos os filmes, sempre dou um jeito de assistir aos lançamentos na primeira semana de exibição, sei inúmeras falas de cor e chorei com Toy Story 3. Adoro a forma como esse estúdio elevou a animação a um patamar nunca antes alcançado. Sim, considero Procurando Nemo, Ratatouille e Wall-E filmes muito superiores até mesmo aos clássicos da Disney em sua fase de ouro. É claro que o elemento nostalgia conta a favor de A Bela e a Fera ou Aladdin, mas em matéria de personagens, roteiro e visual, ninguém conseguiu, até hoje, superar a Pixar. E o estúdio que nunca erra, o estúdio que é símbolo da criatividade, de repente começou a apostar nas continuações. Carros 2 é um filme bom, mas para quem está acostumado a fazer obras primas, isso soa quase como um xingamento.
Depois de ganhar várias Copas Pistão, Relâmpago McQueen, o vaidoso e adorável carro de corrida, é desafiado por um italiano da Fórmula 1 a competir no Grand Prix Mundial. Com a ajuda de Mate e sua equipe, Relâmpago viaja o mundo inteiro, participando de corridas acirradíssimas. Paralela à competição, uma história de espionagem, envolvendo fontes renováveis de energia, se desenrola; com direito a apetrechos dignos de James Bond. Por fim, Mate acaba confundido com um agente secreto e se mete em altas confusões.
Carros 2 tem ação, é divertido e muito engraçado, mas a todo momento parece um filme menor, se comparado ao seu antecessor. Parte dessa sensação é culpa de uma decisão arriscada, tomada por John Lasseter (o chefão da Pixar e um dos diretores do longa), que preferiu a comédia ao drama. Ele deixou o papel principal na mão de Mate, um caipira engraçado, enquanto Relâmpago McQueen assumiu o posto de coadjuvante. E a comédia carrega esse karma, de ser sempre uma forma de arte inferior.
Eu não tenho dúvidas de que as crianças vão surtar com as cenas de ação de Carros 2. O filme foi feito pra elas! Mas nós: pais, tios e primos mais velhos, somos um tanto egoístas e queríamos mais uma vez assistir a um filme adulto disfarçado de infantil. Vamos ter que esperar mais um pouco. Em 2012, a Pixar vem aí com Brave, uma produção que tem sido mantida a sete chaves, e talvez voltem a fazer o que eles sabem melhor: emocionar.
2 comentários:
Nunca fui muito fã do Carros e só assisti mesmo pq meu sobrinho insistiu muito. Por outro lado adoro Toy Story!!! É assim, às vezes saem coisas excelentes e às vezes nem tanto.
Não vi ainda. E tenho medo. O primeiro já faz bem feio perto da maioria dos filmes da pixar.
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