segunda-feira, 30 de maio de 2011

domingo, 22 de maio de 2011

Forçando a Barra


Gosto muito de uma cena de Vicky Cristina Barcelona, onde a Cristina (Scarlett Johansson) se queixa de não ter talento, apesar de saber apreciar arte com bastante propriedade. Ela diz: "I just have to come face to face with the fact that I am not gifted, you know? I can appreciate art and I love music, but… It’s sad, really, because I feel like I have a lot to express and I am not gifted." Não vou fazer o modesto e dizer que não tenho talento. Até acho que ele existe em alguma proporção. Mas esse sentimento de que sempre tenho muito mais a expressar do que sou capaz é constante.

É complicado falar de talento. Porque tem gente que vê alguém tocando piano com desenvoltura e vai logo dizendo: "olha que dom maravilhoso esse menino recebeu" e, na verdade, só o menino sabe o tanto de horas que passou treinando e praticando antes de "receber" seu dom. É ilusão acreditar que as pessoas saem pegando um caderno (abrindo o Word, no caso) e escrevendo lindos contos, poemas ou romances. Escrever é um trabalho muito menos criativo do que se imagina. A criatividade é importante, lógico. Existe aquele momento em que a história surge na nossa cabeça e que alguns chamam de inspiração, mas isso é só o começo. A partir daí é preciso usar todo o seu vocabulário, experiência e conhecimento da língua pra pegar essa inspiração e transformar em texto.

Nunca tive problemas com a parte da criatividade, mas tentar transmitir esses sentimentos através de um código é sempre problemático. Por isso, estou convencido de que praticar a escrita é a única forma de realizar uma comunicação mais eficiente com o leitor. É preciso dominar as ferramentas. E resolvi criar um lugar onde eu possa treinar, publicando trabalhos um pouco mais pensados e polidos que os textos desse blog (já que o que eu faço aqui é simplesmente vomitar). Talvez assim eu me sinta desconfortável em manter um site desatualizado e acabe me obrigando a escrever mais.

Então, ainda que sem confiança no meu talento, a partir do dia 28 de maio entro para o seleto grupo de escritores de blogs metidos à literatura. Aguardem.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Tenho fases, como a lua...


Aceito gente mentirosa, cruel, fofoqueira, egoísta, mesquinha, interesseira e até flamenguista, mas, por favor, não me pede pra ficar do lado de gente de lua. Não entra na minha cabeça essa dificuldade que a pessoa tem em perceber que o mundo não gira em torno do seu umbigo e que, por mais difícil que a vida esteja, os outros viventes não têm nada a ver com isso. Posso estar sendo inocente, mas quando eu era criança, minha mãe me ensinou a ser agradável com os outros. Aprendi que é melhor chorar no banheiro a estragar a festa do amiguinho.

Por isso fico tão indignado quando conheço alguém com constantes mudanças de humor. Um dia a pessoa te conta metade da vida dela, ri das suas piadas e faz comentários generosos, no outro ela não olha na sua cara. E você fica se perguntando se vive numa espécie de realidade paralela, porque até ontem, jurava que eram melhores amigos. É desgastante cumprimentar alguém sem saber que faceta virá à tona. E juro que passei da fase de pedir desculpas por coisas que eu não fiz.

Acho que existe uma regra básica que pessoas que vivem em qualquer tipo de sociedade devem respeitar. A regra é a seguinte: você não está sozinho (UFO_feelings). Pronto. Isso implica engolir o choro algumas vezes, sorrir sem vontade ou dizer bom dia quando na verdade você quer que o mundo se exploda. Não estou falando de falsidade, gente (por favor, não sejam retardados). Estou falando de guardar um pouco os sentimentos desagradáveis, sem que eles te transformem em um velho ranzinza. Depois conversa com sua mãe, com seu terapeuta, sei lá...

Cecília Meireles que me perdoe, mas a única fase que eu aceito é a puberdade (e dessa aí, que eu saiba, a grande maioria dos meus amigos já passou). Então, gente... A vida é uma bosta mesmo e estamos juntos nessa. Lide com isso e faça o favor de sorrir.

sábado, 14 de maio de 2011

All In


Hoje é meu aniversário e decidi não fazer nada. Ano passado armei festa, convidei os amigos, enchi balões e terminei o dia me sentindo vazio. Dessa vez quero ficar em casa... Acordar tarde, curtir minha família, beijar minha namorada, ouvir música boa e comer besteira. Quero ter tempo de fazer essas análises profundas que só as datas especiais nos permitem. Pegar um álbum antigo para ver as fotos da infância. Sentir um bocado de gratidão e outro bocado de remorso.


Sempre me incomodou pensar no que minha vida poderia ter sido se eu tivesse tomado algumas decisões diferentes. É triste ter que optar entre dois caminhos sem saber antes qual deles vai nos fazer mais feliz. Cada escolha é uma aposta baseada na nossa intuição, experiência e no erro dos outros. E como toda aposta, às vezes a gente perde e às vezes a gente perde menos.

domingo, 8 de maio de 2011

Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias


Semana passada a Vanessa da Mata fez um show lindo aqui em Brasília pra apresentar seu novo álbum: Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias. Demorei uma semana, mas finalmente consegui passar todos os vídeos que fiz pro YouTube. E achei justo dividir o espetáculo com vocês.



Na hora do bis, a gente foi pra frente do palco e ela veio cantando "Se você quiser eu vou te dar um amor desses de cinema...". Quando eu vi, já tava esticando a mão pra tocar nela, feito um tiete cafona. Defina a vergonha da minha namorada, assistindo a cena.


PS: Tem mais no meu canal do YouTube.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Tá no inferno...


Eu tenho essa tendência de deixar tudo um pouco pior do que já está. Porque preciso de um argumento que justifique meu desânimo. É inconsciente. Crio uma lista mental de pelo menos 10 coisas que eu possa usar a meu favor na hora de uma discussão. 10 coisas que, na minha boca, parecem realmente terríveis e cruéis, mas que na verdade todo ser humano normal consegue superar com uma mão nas costas.

Por exemplo, eu preciso acordar cedo e ir de ônibus pro cursinho. Coisa normal, que mais da metade da população brasileira faz desde que nasceu. Mas se eu te contar isso, usando todo o meu vocabulário dramático e minhas hipérboles sutilmente bem colocadas, você é capaz de chorar de pena (ou me dar um carro no dia seguinte). E o pior é que eu internalizo o argumento. Acredito nele, fico nele e a gente vai convivendo, de mãos dadas.

Sou completamente a favor do nosso direito de sofrer por bobagem. Se a sua internet saiu do ar, você tem sim o direito de chorar por isso. A internet é sua, as lágrimas são suas e só você pode definir o preço delas. Não dá pra ser Poliana o tempo todo. Sempre alguém vai estar passando fome, morrendo, perdendo braços e pernas... O que não te impede de ficar de mau humor por ter acordado com o cabelo feio. Mas às vezes a gente precisa parar de birra e enfrentar as coisas feito gente grande. E já que não adianta remoer um problema sem solução, vamos todos engolir o choro e abraçar o capeta.

PS: A foto é do Tumblr Sun-Shower.