Acho que 2011 foi o ano em que eu mais fui ao cinema, mas, pra minha tristeza, também foi um dos mais fracos da indústria. Com muito esforço, fiz minha lista dos 10 filmes que mais me cativaram, provocaram ou fizeram pensar ao longo desses 12 meses. Todos foram lançados no Brasil entre janeiro e dezembro de 2011. Se você deixou algum desses passar, só digo uma coisa: tremendo vacilão.
Foi a maior surpresa do ano. Comédia romântica com Steve Carrel, Julianne Moore ♥, Ryan Gosling e Emma Stone. Todo mundo super à vontade, com um roteiro inteligentíssimo, nada previsível e muito elegante.
Três crianças cresceram juntas em um internato que prepara doadores de órgãos para serem sacrificados quando a idade certa chegar. É um filme sobre amor, fadado ao sofrimento. Tem uma das fotografias mais lindas que já vi, direção de Mark Romanek e atuação de Andrew Garfield, Keira Knightley e a maravilhosa Carey Mulligan.
Esse ano a Pixar ficou devendo uma obra-prima (porque, convenhamos, Carros 2 não é), mas o espaço que ficou em branco foi gloriosamente preenchido por Rango. Um western ousado, com personagens cativantes e sequências muito bem elaboradas. Te cuida, John Lasseter!
Pânico 4 é tão atrevido que, já na sequência inicial, assume o ridículo e brinca com a própria fórmula. É a fita de terror da nossa geração. Dessa vez com ainda mais mortes, ligações anônimas e referências, pros amantes do gênero.
Cheio de diálogos dolorosos, Namorados para Sempre (pior tradução de título, inclusive) é o tipo de filme que não desce muito fácil. Mostra a relação de Cindy e Dean em dois tempos, no começo do namoro e alguns anos depois de casados, e todas as transformações que vieram desse intervalo.
Almodóvar nos presenteou esse ano com um filme corajoso, estranho e bem próximo do bizarro. Com sua trama repleta de labirintos e flashbacks, A Pele que Habito coloca em cheque uma das maiores seguranças do ser humano: seu próprio gênero.
Três amigos inseparáveis criam um reality show e decidem colocá-lo em prática usando suas próprias vidas. Pra evitar que o projeto seja um fracasso, eles começam a forjar um triângulo amoroso, mas, com o tempo, a linha entre ficção e realidade se torna cada vez mais tênue.
O novo filme de Lars Von Trier retrata a depressão como nenhum outro conseguiu até hoje e, pra isso, usa uma grande metáfora. Melancolia é o nome de um planeta que está se aproximando e, mais cedo ou mais tarde, irá se chocar com a Terra. Kirsten Dunst faz a melhor atuação da sua vida e é uma pena que não esteja entre as favoritas pro Oscar 2012.
Saiu aqui no Brasil no comecinho do ano e tudo que havia pra ser dito sobre ele, já foi. É uma história sobre transformação, entrega e disciplina. Tem Natalie Portman num trabalho visceral e Mila Kunis fazendo o que sabe fazer de melhor (ser gata).
Meia-Noite em Paris é romântico, leve e delicioso. Sem a prisão da verossimilhança, Woody Allen realiza seus sonhos e coloca ícones da literatura norte-americana contracenando com um escritor frustrado do século XXI. Tudo parece uma grande brincadeira e por isso mesmo, faz a gente sair do cinema com um sorriso no rosto e uma vontade sobre-humana de tomar banho de chuva.
PS: Minha prima acaba de me lembrar nos comentários que esqueci de
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2. E realmente, não sei como deixei passar. Foi um filmaço, eu vibrei demais e com certeza ele teria um lugar entre os 10 melhores do ano. Mas sei lá... Acho que meu subconsciente coloca Harry Potter num lugar diferente dos filmes normais. Não é só cinema. É um fenômeno.