Eu achei que
o ano passado tinha sido ruim em matéria de cinema, mas não. 2012 veio e mostrou que as coisas sempre podem ficar um pouco piores. Ainda assim, consegui garimpar 10 títulos que fizeram o ingresso valer a pena. Aí estão os filmes que mais me emocionaram, encantaram e fizeram sofrer ao longo desses 12 meses. Todos foram lançados no Brasil de janeiro a dezembro de 2012 e o único critério utilizado para a escolha foi, mais uma vez, minha visão pessoal, parcial e pouco confiável.
Com uma belíssima fotografia em preto e branco, Heleno conta a história do famigerado e problemático jogador de futebol que por anos brilhou no Botafogo. E se sua paixão e doença aparece aqui tão evidente e assustadora, a culpa é toda de Rodrigo Santoro, que entrega uma atuação marcante.
Viva os filmes de máfia! E todo o seu sangue, e suas frases de efeito, e seus elencos espetaculares. Este conta com um Tom Hardy canastrão e uma Jessica Chastain encantadora; usa a figura lendária do mafioso para discutir a própria lenda e faz tudo isso com um ritmo e tensão exemplares.
Um diretor novo fazendo um filme despretensioso e original. Poder Sem Limites fala de três adolescentes que, após uma noite incomum, começam a mover objetos e outros seres com a mente. O poder é sedutor e incontrolável, assim como a própria juventude.
No último filme de Jason Reitman (diretor de Juno e Amor Sem Escalas), Charlize Theron vive uma escritora de livros juvenis que, motivada por um convite de batizado, volta à sua antiga cidade e é obrigada a enfrentar sua frustração, infelicidade e loucura. É o retrato de uma geração que não soube crescer (como se alguma soubesse).
Ruby Sparks é uma menina linda, inteligente, cool e fictícia. Ou não. A história de Calvin, um escritor em crise criativa e sua personagem que ganha vida, é um triste exercício de metalinguagem. O filme parece uma comédia romântica bobinha, quando na verdade é um espelho indiscreto de todo artista frustrado com o ego gigante.
5.
Precisamos Falar Sobre o Kevin
A história do cinema é cheia de filmes sobre crianças diabólicas e suas atrocidades nada infantis. Em Precisamos Falar Sobre Kevin, porém, o foco está na mãe do psicopata. E Tilda Swinton destrói no papel. A relação de Eva e seu filho é doentia e deixa a plateia atordoada, sem saber a quem culpar.
4.
Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios
Camila Pitanga encarna a musa inspiradora de um fotógrafo libertário e, ao mesmo tempo, o objeto de adoração de um pastor evangélico. O cenário é ermo, a trama é incômoda e tudo é pura poesia. Não do tipo que encanta, mas do tipo que apavora.
3.
Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge
Não é que eu seja fã do Christopher Nolan (e eu sou), mas a verdade é que ninguém pode desmerecer o que esse homem fez com um personagem de história em quadrinhos. A trilogia iniciada em Batman Begins, e encerrada aqui epicamente, é mais que uma franquia de super-heróis. É cinema. E da melhor qualidade.
2.
As Vantagens de Ser Invisível
Hollywood respira aliviada, porque a nova geração de atores já mostrou a que veio. As Vantagens de Ser Invisível é um filme de temática adolescente, com Hermione, Kevin e Percy Jackson, todos extremamente seguros e carismáticos. Stephen Chbosky (que também escreveu o romance em que o filme se baseia) não se limita aos clichês adolescentes e entrega um trabalho maduro e comovente.
1.
Drive
Drive é dessas obras incategorizáveis. Porque é uma história de amor, mas também é uma história de violência. Tem muito silêncio e, ao mesmo tempo, uma trilha sonora extremamente marcada que funciona como catalisadora de tensões. E Tem Ryan Gosling em seu melhor papel até hoje. É um filme sobre o conto do escorpião, a violência como demonstração de amor, nosso caminho inevitável para a morte e a beleza de tudo isso.
Atualização:
Antes do ano acabar, e depois de ter feito essa lista, fui ao cinema assistir
As Aventuras de Pi. O filme entraria, sem dúvidas, na lista de melhores do ano. Muito provavelmente em segundo ou primeiro lugar. Falei dele
aqui.