Semestre passado peguei quatro matérias na UnB e lembro perfeitamente de cada uma das noites que passei em claro por causa delas, escrevendo ensaios, fazendo trabalhos e estudando pras provas do dia seguinte. É ridículo, porque quatro matérias é o mínimo. Qualquer um consegue. Eu só tinha aula depois das 10h, não tinha aula na sexta, não tinha aula à noite, e ainda assim cheguei a esse ponto de não ter tempo pra dormir. Fico me perguntando como. Então resolvi dar um jeito nessa situação doentia. E o que eu fiz dessa vez? Peguei só três matérias? Tranquei a faculdade? Tirei os próximos seis meses pra viajar pelas praias nordestinas? Não. Peguei sete. Isso mesmo: PEGUEI SETE MATÉRIAS. Peguei tudo o que eu podia. Preenchi cada segundo do meu dia com atividades exaustivas que certamente irão: a) me tirar desse redemoinho psicológico em que me meti ou b) me matar.
Porque eu consigo enxergar o problema muito bem, o que sempre some é a solução. Eu percebo quando passo horas tentando zerar o Feedly (sdds, Google Reader) sem entender o real propósito de tanta notícia mal escrita. Percebo o problema quando, no mesmo dia, vejo 5 episódios de séries diferentes, já que continuo atrasado com todas. Ou quando baixo o triplo de filmes que tenho a capacidade de ver. Ou quando passo dias pra terminar um capítulo de um livro que é só o primeiro de uma fila gigantesca de outras tantas leituras que muito provavelmente nunca farei.
É extremamente cansativa essa luta diária pra ficar em dia com as coisas que me importam. E mais cansativo ainda é perceber que essas coisas na verdade não importam pra mais ninguém. Meu maior medo é que um dia elas deixem de importar pra mim também. Porque aí sim... Não vai sobrar absolutamente nada.
Eu não vejo outra saída. Tudo o que consigo fazer é continuar assinando cada vez mais feeds, acompanhando cada vez mais séries, baixando cada vez mais filmes, comprando cada vez mais livros e, agora, pegando cada vez mais matérias.
Seja bem-vinda, vida acadêmica. Você acaba de entrar pro seleto grupo das coisas que amo e que estão sempre atrasadas.