sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Solidão 2.0


Quando ouvi falar sobre A Rede Social, achei que seria aquele tipo de filme "o retrato de uma geração", o que seria incrível, já que é a minha geração. E achei que o público menos familiarizado com a internet, sem uma vida virtual ativa, não teria nenhum tipo de identificação com Mark Zuckerberg, o criador do Facebook e protagonista da história. Mas ontem assisti A Rede Social e vi que não se trata de internet, muito menos de Facebook. Trata-se de solidão.

Mark é um gênio da informática que usa ideias alheias pra desenvolver o que é hoje o maior site de relacionamento do mundo. Tudo isso com a ajuda de Eduardo Saverin (seu melhor e único amigo) e as dicas de Sean Parker (o criador do Napster). Os três são personagens riquíssimos, muito bem interpretados por Jesse Eisenberg, Andrew Garfield e Justin Timberlake. E são eles, aliados à direção absurda de David Fincher, que fazem deste, um dos melhores filmes do ano.


Toda a trama se passa em dois tempos: a criação do Facebook, e um processo judicial onde Mark está sendo acusado de apropriação indevida de bem intelectual (inventei esse crime agora) por uma turma de gente que se sente traída e lesada. O mais interessante é que Mark não quer dinheiro. Ele não fez o Facebook pra isso. Ele só quer exclusividade (e essa palavra é muito usada ao longo do filme como sinônimo de poder e reconhecimento). É o que faz cada um de nós buscarmos melhores empregos e relacionamentos, e isso inclui nossas relações virtuais.

Se ele conseguiu ou não, se ele é feliz ou não, cabe ao espectador decifrar. Na verdade, o filme deixa muitas perguntas sem respostas, o que faz do protagonista ainda mais interessante. A cena final é de uma crueza assustadora. A gente sai do cinema com um pouco de admiração e bastante pena. Pena do Mark. Pena de nós mesmos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Mark! Eu o considero um gênio da solidão. O que me impressionou foi o fato de levar o os prêmios de melhor filme, melhor diretor, melhor ator e melhor roteiro adaptado da Associação Nacional de Críticos de Cinema dos Estados Unidos. Esse filme representa uma dramática história que continuara até o fim dos tempos. Certeza! Afinal somos nós parte desse rede social! E por mim, essa rede terá uma vida virtual longa!
Boa Noite Gabriel

PS: Amei às palavras finais!

Jéssica Araujo disse...

uma pena que resultou em milhões de dolares
haha
quero essa solidão!!
parabéns