Rango, a primeira animação de Gore Verbinski (diretor de Piratas do Caribe), conta a história de um camaleão, criado em aquário, que acaba perdido num deserto hostil e perigoso. Rango é um ator. Um ator tão bom que se perde nos inúmeros personagens que sua condição camaleônica proporciona. De repente ele se vê jogado num mundo real, não num palco, e precisa usar tanto suas habilidades cênicas quanto sua sorte fora do comum para escapar com vida de um terreno inóspito; e nesse meio caminho, talvez, descobrir quem realmente é.
A cidade que abriga nosso frágil protagonista é habitada por roedores e répteis dos mais diversos tipos (todos com características humanas peculiares, rostos sofridos ou marcas de idade). A água, que nunca foi muito abundante por aquelas bandas, praticamente desapareceu; e os moradores parecem não ter mais perspectivas de uma vida melhor. Então surge esse camaleão, disposto a bancar o herói, e que, na sua luta pela sobrevivência, acaba tornando-se a única esperança da cidade.
Rango é um western clássico (com mocinha, herói e pistoleiros), o que já é bastante inovador para o terreno dos filmes animados. Além disso, percebe-se um esforço para tornar cada ângulo único e inesperado. A trilha sonora de Hans Zimmer (acho que esse homem fez 9 das 10 trilhas sonoras deslumbrantes da última década), ao mesmo tempo que evoca um outro tempo, brinca com referências cinematográficas de um jeito particularmente moderno.
Gosto quando sou pego de surpresa numa sala de cinema (o que não é mais possível com os filmes da Pixar, por exemplo, porque a gente já vai esperando algo sensacional), e Rango definitivamente superou minhas expectativas. Não sei se o público infantil vai ser capaz de compreender e curtir todas as figuras de linguagem embutidas no desenho, mas ainda que o filme não fosse tão profundo (e é), ele já seria uma aventura das mais divertidas.
3 comentários:
Piratas do Caribe é um dos meus pontos fracos, adoro, rs.
Nunca tinha ouvido falar deste filme em especial, mas é tão bacana quando conseguem transformar uma animação em um filme legal, acho que demanda um talento especial, um tato diferente, afinal, é preciso abordar assuntos sérios de uma forma leve, sutil e divertida.
Fiquei com vontade de assistir!
Um beijo!
Hmmm confesso que assisti o trailer desse filme no cinema e não me interessei em vê-lo. Aí li seu post e aquela vontadezinha começou a aparecer...veremos... :P
Arrependimento de não ter visto no cinema, viu. Deve ter sido [ainda mais] sensacional.
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