Aceito gente mentirosa, cruel, fofoqueira, egoísta, mesquinha, interesseira e até flamenguista, mas, por favor, não me pede pra ficar do lado de gente de lua. Não entra na minha cabeça essa dificuldade que a pessoa tem em perceber que o mundo não gira em torno do seu umbigo e que, por mais difícil que a vida esteja, os outros viventes não têm nada a ver com isso. Posso estar sendo inocente, mas quando eu era criança, minha mãe me ensinou a ser agradável com os outros. Aprendi que é melhor chorar no banheiro a estragar a festa do amiguinho.
Por isso fico tão indignado quando conheço alguém com constantes mudanças de humor. Um dia a pessoa te conta metade da vida dela, ri das suas piadas e faz comentários generosos, no outro ela não olha na sua cara. E você fica se perguntando se vive numa espécie de realidade paralela, porque até ontem, jurava que eram melhores amigos. É desgastante cumprimentar alguém sem saber que faceta virá à tona. E juro que passei da fase de pedir desculpas por coisas que eu não fiz.
Acho que existe uma regra básica que pessoas que vivem em qualquer tipo de sociedade devem respeitar. A regra é a seguinte: você não está sozinho (UFO_feelings). Pronto. Isso implica engolir o choro algumas vezes, sorrir sem vontade ou dizer bom dia quando na verdade você quer que o mundo se exploda. Não estou falando de falsidade, gente (por favor, não sejam retardados). Estou falando de guardar um pouco os sentimentos desagradáveis, sem que eles te transformem em um velho ranzinza. Depois conversa com sua mãe, com seu terapeuta, sei lá...
Cecília Meireles que me perdoe, mas a única fase que eu aceito é a puberdade (e dessa aí, que eu saiba, a grande maioria dos meus amigos já passou). Então, gente... A vida é uma bosta mesmo e estamos juntos nessa. Lide com isso e faça o favor de sorrir.