sábado, 1 de outubro de 2011

Direito de Resposta

O post de quarta-feira causou certa comoção lá em casa, então achei de bom tom esclarecer alguns pontos aqui.

Blog pessoal só serve pra isso mesmo. Você começa a se sentir íntimo, seguro, e passa a não pensar nas coisas que escreve. E esse filtro, eu faço mesmo questão de não ter, porque me preocupa demais não ser espontâneo. Pelo menos aqui. Aqui é o único lugar no mundo onde tenho o direito de falar bobagem. E vocês têm o dever de relevar.

Acontece que meus pais ficaram um pouco chateados com a abordagem do meu texto. Acharam que não condiz muito com a realidade, essa ideia de que nos isolamos em um grupo fechado. E olha... Eles me deram alguns exemplos que realmente comprovam relações de afeto com outras pessoas. E embora meu enfoque tenha sido na capacidade de "fazer novos amigos", talvez eu tenha mesmo exagerado, ou pior, tenha generalizado a situação da minha família com base na minha situação.

Porque eu, sim, sou um fracasso nessa área. De não ter nenhum traquejo social. De viver a maior parte do tempo sozinho mesmo. E nem é uma solidão solitária, porque sempre tem gente ao meu redor. Sou eu que me isolo aqui dentro. Porque gosto. Então pode ser que meus pais e irmãos não sejam exatamente assim. Mais uma vez, fui enfático demais. Desculpa.

Por isso as pessoas vivem se assustando com as coisas que escrevo no Twitter (não as pessoas do Twitter, que já são escoladas em matéria de hipérbole, mas as do Facebook). Então sempre tem alguém pra falar: menino, que horror! Fica chato, sabe? Ter que explicar situações hipotéticas, figuras de linguagem, pros loucos da interpretação que não fizeram 7ª série. Mas a culpa pode ser minha também. Confesso que já soube me expressar melhor. Hoje faço uma bagunça. Agora, por exemplo, são quase três da manhã e eu tô aqui falando de coisa que nem é assunto desse post, sem entender mais nada, de modo que é melhor acabar logo com isso.

7 comentários:

Manuel disse...

Eu sempre falava "menino, que horror". :)

Trauti Lang disse...

Deixar os pais saberem que você tem um blog nunca funcionou. Aliás, ter um blog nunca funcionou também, porque se não são os pais, são as outras pessoas que não tem o poder da interpretação.

Renata disse...

O comentário do seu post de quarta era para vir para cá, postei lá, fiz bagunça. Só para constar.

Priscila Blazko disse...

Menino, que horror!

Hahahaha brincadeirinha...

Olha, sei bem como é isso. Também sempre gostei de ser solitária, embora raríssimas vezes tenha ficado sozinha. Nem meus pais conseguiram entrar no meu mundinho sempre tão meu (além de solitária, egoísta! tisc tisc). Mas ter um blog tem dessas coisas, né. Nosso mundinho já nem é mais tão nosso e as pessoas, convidadas ou não, vão entrando, dando pitaco e se metendo em nossas reflexões. Às vezes isso nos faz bem. Às vezes não. Como tudo na vida, aliás.
Abraço.

Anna Vitória disse...

Ah, eu saquei o que você quis dizer, por ter me identificado. Eu sou péssima nessa coisa de fazer social, e me identifiquei DEMAIS quando você disse que todos os seus amigos vieram de situações absurdas e estão ali mais por culpa deles do que sua. Comigo também é assim. A maioria dos meus amigos veio ainda do jardim de infância, e sei lá como cá estamos nós até hoje. Os outros poucos chegaram por intermédio de terceiros, e acho que nunca fiz um amigo assim por mim mesma. Entendo super o que é abrir a boca pra estranhos e ver o silêncio de constrangimento crescendo.
Acho que é coisa de mineiro, viu, porque minha família - que se lesse isso NUNCA ia concordar - é meio assim também e acaba se isolando... Rolou até climão com umas primas de 7º grau que romperam relações com minha avó e seus irmãos porque eles não viajaram pra pqp quando um tio distante morreu, pura e simplesmente por não saberem como agir diante do resto da família.

E, gente, como você consegue viver sabendo que sua família toda lê seu blog? Sei que meu pai dá uma bisbilhotada vez ou outra, mas ele pelo menos não comenta e finge que não sabe que eu sei, enquanto eu finjo que não sei de nada e assim levamos a vida.

Antônio LaCarne disse...

é por isso que ninguém da minha família sequer sabe que escrevo, já pra evitar certos questionamentos.

seu blog é muito bom, grande abraço.

Pris disse...

Como é que você pode falar que se expressa mal? bah.