Sempre que fico muito triste ou melancólico procuro encontrar os motivos. E geralmente são motivos bobocas, facilmente superáveis. Tenho essa capacidade de racionalizar a tristeza e, por isso, sofrer menos. E ontem deixei um pedaço do meu dedo no cortador de queijo. O sangue me fez mal. E o fato de estar sempre espirrando também não ajuda. Tenho estado tão errado que não estou conseguindo fazer uma conexão entre as frases. Que dirá entre os parágrafos. Então vou só escrever as ideias separadas mesmo e vocês que façam o trabalho de juntar e embelezar em suas próprias mentes.
Nessas horas é tão difícil conviver. Porque as pessoas não compartilham da sua dor. E nem devem. Vida segue pra todo mundo, independente da sua estar uma bosta. E quando alguém se compadece, sempre acaba no erro de tentar explicar meu sofrimento, ou tentar me consolar. Eu não quero consolo, não quero explicação. Quero alguma coisa parecida com evaporação. Mas de um jeito que eu permaneça com os pés aquecidos.
Essa noite foi difícil dormir, porque fiquei pensando muito e sentindo o dente latejar. Mais uma vez, tinha ido fundo demais com o fio-dental. O dedo sangrando, o dente doendo, o nariz escorrendo... Tudo crescendo e incomodando de um jeito cada vez mais insuportável a ponto de eu sentir a sanidade sumir por alguns segundos.
Hoje acordei assim. Melancólico. Sentindo o desespero correr nas artérias. E fui fazer meu exame mental pra descobrir o motivo da tristeza, mas não consegui. Hoje não achei motivo pra chorar. Ou achei motivos demais.
5 comentários:
Acredito que tristeza deva ser tão cultivada quanto a alegria, mas sem preservá-la. Apenas cuide para que ela fique o quanto for necessário para te fazer melhor do que é.
Concordo com o Darlan. Melancolia é sim um estado de espirito que pertence a todos. Devemos senti-la sem medo e ansiosidade em dispensa-la, ainda que não deva ser mantida a todo curso. Basta entender que sentimentos ruins, assim como os bons, vem e vão, independente de motivos para tanto. Talvez seja como no filme do Trier. Com o fim do mundo iminente uma irmã se desespera. A outra admira a beleza do momento.
Concordo com o Darlan. Melancolia é sim um estado de espirito que pertence a todos. Devemos senti-la sem medo e ansiosidade em dispensa-la, ainda que não deva ser mantida a todo curso. Basta entender que sentimentos ruins, assim como os bons, vem e vão, independente de motivos para tanto. Talvez seja como no filme do Trier. Com o fim do mundo iminente uma irmã se desespera. A outra admira a beleza do momento.
Sou melancólico por natureza.Às vezes chego a pensar q a melancolia é meu estado normal...não sei.(Isso não quer dizer que eu vivo chorando pelos cantos, como se diz por aew "100% não existe, ninguém é 100% triste") com o tempo, aprendi a viver com minha melancólia, e descobri que ela não me incomoda tanto. Talvez um dos grandes desafios da vida huamama seja entender que a vida não se faz só na alegria...mas também na tristeza com seus limites e possibilidades.
Laerton.
http://corpoepalavra.blogspot.com
Compartilhar a tristeza ou melancolia com outras pessoas (por mais que estas sejam seus amigos de infância, seu irmão, ou a pessoa que você mais confie no planeta) é sempre um jogo de apostas. Em pouquíssimas vezes as pessoas são capazes de apenas ouvir, sem oferecer uma solução, sem meter a colher, sem tentar TE explicar um sentimento que É SEU. Já passei pelo cúmulo de afirmar uma coisa, e uma amiga discordar de mim e afirmar que eu estava sentindo outra! Como pode isso?
O melhor a se fazer é apenas dar a certeza de que, a vida pode está uma merda para algum amigo, mas você vai estar lá. Só isso. Quando ele pedir, quando ele precisar, quando ele ganhar a certeza do que estiver passando e souber o que fazer e precisar de sua ajuda. Estar lá já basta, em pelo menos, todos os meus casos.
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