Fui conferir O Rei Leão em 3D nesse fim de semana e fiquei surpreso com o tanto de gente que sofre da mesma doença que eu. A sala estava cheia de jovens adultos e quase nenhuma criança. Curioso. Realmente não pensei que as pessoas fossem pagar 15 reais pra assistir a um filme que, teoricamente, todo mundo já viu. Mas elas pagaram. E imagino que tenha sido pelo mesmo motivo que eu: para ver o maior clássico da história da animação na tela grande, numa tentativa desesperada de recuperar a memória empoeirada de 1994.
Fui ao cinema com um grupo de cinco pessoas (todos adultos), entre eles, meu irmão mais velho. Vale ressaltar que eu e meu irmão temos essa irritante mania de decorar todas as falas dos clássicos Disney e, modéstia à parte, O Rei Leão é a nossa especialidade. Então a gente realmente sabe o filme do início ao fim, com direito a interpretações ensaiadas das músicas do Timão e Pumba, com o Henrique fazendo a voz do Pumba e eu, a do Timão. Mas para o nosso espanto, uma menina da fileira de trás parecia competir com a gente. E outros jovens espalhados pelo cinema também... Todos sabiam as falas de cor, todos sabiam cantar as músicas. E todos cantaram. E foi lindo.
Mas também foi engraçado ver toda a geração Hakuna Matata dizendo em alto e bom som: "quando o mundo vira as costas pra você, você vira as costas para o mundo", que é o nosso lema. Porque foi assim que a gente aprendeu. Toda uma geração meio solitária, meio preguiçosa, meio doente, mas incrivelmente divertida. Gente que não sente a menor vergonha em pagar 15 reais pra ver um filme infantil e aplaudir no final. Gente que ainda se permite sonhar e não crescer. Porque uma coisa, fatalmente excluiria a outra.
Eu não chorei na épica cena da morte de Mufasa, mas fiquei arrepiado em diversas partes do filme. E, pela primeira vez, uma cena que nunca havia me tocado antes, praticamente me derrubou da poltrona. Trata-se de quando o Rei Leão aparece no céu para Simba e diz: "você esqueceu quem você é e esqueceu de mim", e aos prantos Simba responde que não, que nunca havia esquecido do pai. Mas a gente sabe que sim. Que, com toda aquela história de Hakuna Matata, ele acabou se perdendo e já não lembrava quem era.
PS: Tem conto inédito no Crimes por Extenso. Uma história sobre amor, ciúmes e arte. Não necessariamente nessa ordem.
10 comentários:
Me "arrupiei" tanto quanto no filme.
Queria ir! Mas vou fazer uma sessão especial aqui em casa com o Caetano daqui uns anos.
E se nós, pobres mortais, vivendo aqui nesse mundão, também olhássemos pra dentro de nós e nos lembrássemos de quem somos filhos, talvez nossa vida seria um pouquinho diferente!
Lindo texto filho! Deu até vontade de ir assistir!
Saudades de ouvir vc e o Rique falando de cor cada pedacinho dos filmes da Disney! Amo vcs!
Querido, não te conheço, mas nessa noite fria (aqui em PoA) eu vagava pela internet procurando algo para me distrair que fosse interessante (interessante, porra, é demais pedir por algo interessante) e encontrei teu blogue linkado em algum favoritos. Eu a-do-ro Death Becomes Her, sou da geração hakuna matata, etc, etc. Conexão total. Brigada, viu?
Ai, eu ainda não fui ver porque meu namorado passou o final de semana acampado na reitoria! :/
Mas espero que quando eu vá também tenha coralzinho de falas e músicas.
Bom, se ainda tiver passando, aqui em Maringá, já tá de bom tamanho!
Beijo
Ah, eu também tenho todas as falas e músicas decoradas, é só começar a ouvir pra pegar o fio da meada e ir falando tudo junto.. Quero ver o filme também, mas tem séculos que não vejo a cena da morte do Mufasa, não sei se tô com saudade dessa cena não, eu ODIAVA essa parte quando era criança, sempre virava o rosto, hehe.
Beijos!
Oi! Vim conhecer seu blog pela indicação do blogday da Anna Victória. Gostei bastante! Já vi alguns posts sobre o filme e também estou com vontade de assistir, rs.
Estou seguindo e voltarei mais vezes, pois gostei do espaço.
Abraços! ;)
Morte do Mufasa: pior cena da minha VIDA.
Tô revoltada que ainda não consegui ver a versão em 3D!
Ah, queria ter participado disso/de algo assim! Acabei perdendo o Rei Leão no cinema, tava no Rio quando estreou, ou indo pro rio, e não vi lá, e sei que quando voltei pra BH não tava mais em cartaz, aqui estreou muito mal. Desses relançamentos, era o que eu mais queria ter visto =/
Muito bom mesmo, também sou dessa geração e diferente da maioria das pessoas levei o tema Hakuna Matata muito a sério, fui criado no litoral sou caiçara e me acostumei em levar a vida na miúda não gosto de compromissos, vou levando a vida e quando acabar o arroz estou disposto a comer vermes, insetos, para sobreviver.
Enquanto isso Hakuna Matata! xD
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