quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Eu Vejo Gente Morta


Ano passado o Brasil lançou dois grandes sucessos que envolviam espiritismo: a cinebiografia Chico Xavier e a superprodução Nosso Lar (que ainda não vi). Esse ano foi a vez de Clint Eastwood (o veterano diretor de Os Imperdoáveis e Menina de Ouro) embarcar nas tramas que envolvem vida e morte. Naturalmente, tenho repulsa por filmes com temática sobrenatural, mas resolvi dar uma chance ao velho, somente pelo seu currículo. E achei Além da Vida um filme bonito. Muito bonito. Do tipo que você pode comprar depois pra presentear aquela tia velha com a certeza de sucesso na sala de estar.

Tudo começa com um tsunami na Tailândia, em uma das sequências mais espetaculares que já vi, onde uma turista francesa (Cécile De France) acaba passando pela tal da experiência de quase-morte (que só vou acreditar que existe, se acontecer comigo). Ao mesmo tempo outras duas histórias nos são apresentadas. A primeira é sobre um médium (Matt Damon) que decide parar de usar seu dom, já que estava atrapalhando sua vida pessoal. E a outra, sobre um garoto (Frankie McLaren/George McLaren) que perde o irmão gêmeo e passa a buscar, incansavelmente, uma maneira de lhe fazer contato. É claro que, no fim, todas essas narrativas se entrelaçam belamente, no melhor estilo Iñárritu.


Clint tem muita experiência, então penso que deve ser fácil fazer um filme redondinho, com boa fotografia, roteiro e atuações. E achei Além da Vida assim... Um filme bom, mas sem ousadia. Eu fico comparando com Gran Torino (o meu preferido dele) e A Troca e acho que poderia ter saído alguma coisa bem menos adocicada e mais soco no estômago. Mas isso é um problema meu, que gosto de ser surpreendido, e talvez o diretor tenha optado pelo caminho da sutileza, o que é uma escolha. Vamos respeitar.

E calma, Além da Vida não é um filme espírita. Nem chega a tocar no assunto religião. É um filme sobre vida e morte. Sobre os perigos de ultrapassar essa linha tênue que divide os que ainda estão aqui dos que já foram embora. É sobre a capacidade de aceitar a perda e seguir viagem. Sem olhar pra trás.

5 comentários:

Luiza disse...

Eu tô doida pra ver esse filme!

Anna Vitória disse...

Poxa, eu ando com uma má vontade com esse filme que eu nem sei de onde veio. Acho que foi o trailer que me deixou com preguiça
Mas eu vou assistir e sei que vou gostar, eu sempre gosto do Clint.

Beatriz Karen Lopes disse...

Eu não tenho muito a acrescentar nesse post, principalmente porque a neorose sobre espíritos não me deixa assisti filmes assim. Mas...but, porém, contudo, todavia, me identifiquei muito com seus posts anteriores, principalmente com a resolução de ano novo. Eu sou do tipo de pessoa que se "auto-sabota" e como sou adepta a política de "boa vizinhança", mesmo que este comentário seja dispensável, eu não consigo visitar um blog bom sem deixar de manifestar isso. Beijos :*

Gabriela Galvão disse...

O filme eh lindo e a experiência d qase morte nem se acontecesse comigo eu ia acreditar: a gente jah eh induzido a isso, d tanto q alardeiam o acontecimento.

Matheus Rufino disse...

preguiça enorme desse filme... assim como de Invictus, que tenho no hd e não vi até hoje. Do Clint, melhor mesmo é Os Imperdoáveis, PUTA FILMÃO!