segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Non, Je Ne Regrette Rien

Tenho tido uns sonhos estranhos. Ontem sonhei que matava um homem, sem querer. Por proteção. Era uma briga de trânsito envolvendo toda a minha família. Eu tinha um revólver e acabei atirando. E fiquei com o corpo nos braços, sem saber o que fazer. Enfim, meu pai decidiu ir pra casa (estava tarde) e deixar o defunto escondido embaixo da minha cama. No dia seguinte nos livraríamos dele. Um desconforto imenso, dormir com o homem que você matou embaixo da cama. E eu não estava conseguindo pegar no sono, então levantei pra beber água. Quando voltei, fui conferir o corpo e só tinha sangue. Ele não estava mais lá. Desespero, horror. O homem que eu matei estava vivo. E queria vingança.

Meu sono, naturalmente, é muito agitado. E, como gosto de dormir de manhã, acabo ficando mais tempo naquele estágio em que a gente lembra dos sonhos. Tenho reparado como nunca, nunca me dou bem neles. A história pode até começar tranquila, envolvendo um passeio em família, um flerte, uma ida à praia... Quando de repente aparece um ladrão ou assassino, animais peçonhentos, ondas gigantes (nossa, sempre sonho com ondas gigantes, e que estou afogando, e que estou caindo de um prédio que não tem fim... Sempre).

Tenho muita vontade de estudar o significado dos sonhos. Já ouvi falar que existe uma terapia que é toda baseada nisso. Porque um sonho nada mais é que o subconsciente jogando na nossa cara o quanto a gente não presta. Por isso, eu quase sempre omito algumas partes das minhas viagens oníricas. Porque acho que as pessoas vão ficar impressionadas. Ontem mesmo, falei pra algumas pessoas sobre esse sonho do defunto embaixo da cama, mas não contei que, depois de dar o tiro, comecei a socar o rosto do homem, porque não podia deixar o serviço pela metade e tinha medo de ele não ter morrido realmente. Socava com tanta força que seu crânio abriu, e minha mão encheu de sangue. Não foi legal. Eu sentia pavor o tempo todo... E arrependimento.

Na maior parte das vezes meus sonhos envolvem medos modernos: assaltos, assassinatos e brigas de trânsito que terminam mal. E eu sempre chego num ponto crítico onde não há mais escapatória. Ou as pessoas descobrem minha mentira, ou alguém me pega fazendo algo muito errado, ou a prova do meu crime desaparece. Me ferro muito, e das piores formas possíveis. Sendo que minha única saída, quase sempre, é acordar. Tenho medo de que, qualquer dia desses, eu fique preso no limbo.

4 comentários:

Laila Leite disse...

O pior é que além de sonhar eu fico recriando e sonhando com maneiras mais cruéis, impróprias e sem arrepedimento. Rá

Ana Luísa disse...

Eu também ando dormindo bastante pela manhã, e reparei que realmente lembro mais dos sonhos, e eles são cada vez mais malucos.. Mas nada com defuntos em baixo da minha cama, ufa.

Kamilla Barcelos disse...

Meu sonhos também sempre terminam em tragédias, ou melhor, nem sempre terminam porque acordo assustada.
Ontem,sonhei que tentavam me matar. Sério, tudo o que eu queria era ter sonhos lindos e leves.

Matheus Rufino disse...

Sempre me meto em muitas enrrascadas nos sonhos também, coisa brava mesmo. Tragédias, tiroteios, perseguições [muitas perseguições!] é fichinha.E tem algumas coisas muito bizarras, que já me fizeram acordar em pânico, com muito medo mesmo. Só que geralmente não guardo esses sonhos piores por muito tempo, no dia, na semana eu até me lembro bem, mas depois acabo me esquecendo, até pra me livrar do terror. Agora, coisa como aquela da chacina na escola+assassinato público da criança assassina pelos pais, com direito a filmagem, é de um requinte de crueldade [e complexidade] que acho que meus pesadelos não possuem, os meus provavelmente teriam a chacina, mas não teria o assassinato da criança, muito menos o vídeo na internet. Mas não quer dizer que não viria um outro evento chocante na sequência...