quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Os Ratos Fazem a Festa


Tem uma cena dA Árvore da Vida em que um menino chega em casa e descobre que o pai teve que viajar. Na mesma hora o garoto entra em êxtase e começa a correr pela casa, comemorando com a mãe e os outros dois irmãos. Estava livre.

Porque o pai, um religioso fanático e autoritário, representava toda a insegurança e medo que permeavam a vida familiar. Perto dele, ninguém conseguia ser natural. Ele era o incômodo a ser contornado.

E eu, antes da sessão terminar, decidi que nunca darei motivo pra um filho meu comemorar minha ausência.

3 comentários:

Anônimo disse...

Nesse dia dos pais, fui eu quem me ausentei de casa. Meu pai deve ter comemorado.
Sabemos o motivo.

Gab disse...

Que sinistra essa cena..
Fiquei pensando nisso.
Se chega ao ponto da criança comemorar a saída do pai é porque as coisas estão/são feias mesmo.
Não quero nunca que filho meu comemore minha ausência. Seria triste.
Beijo.

Matheus Rufino disse...

Ainda assim acho que o personagem do Pitt e a relação dele com os filhos é muito bem construída no filme, a ponto de, apesar dele ser essa figura repressora que gera alívio quando se ausenta, ser possível notar que ele é um pai afetuoso e que os filhos, no meio de toda raiva e medo que sentem dele, conseguem perceber isso.
Não acho que o fato dos filhos comemorarem a ausência do pai o transforma em um monstro, apenas revela que ele é uma figura opressora, por mais que ame os filhos e a família. Não é a relação mais saudável ou ideal, mas também não é o fim do mundo, isso ocorre em várias famílias, às vezes acontece com o pai, às vezes com a mãe, e pode ser algo pontual, que aconteça em um dado momento da vida familiar.

De qualquer forma, eu também não gostaria que um filho comemorasse minha ausência. Só to ponderando mesmo, porque acho a história daquela família bem rica.