Gothel é uma velha, obcecada com a aparência, que descobre uma flor mágica, capaz de lhe manter a juventude. O que ela precisa fazer? Ir até a flor de tempos em tempos e cantar uma canção. Mas a planta também guarda o poder da cura, e por isso é capturada e oferecida como chá a uma rainha com a gravidez comprometida. A princesa nasce, adorável e com cabelos mágicos. Desesperada por uma maneira de continuar jovem, Gothel sequestra Rapunzel e a aprisiona no alto de uma torre, onde cria a mocinha como uma mãe sábia e superprodutora. Isso até o esconderijo ser descoberto pelo sedutor fora-da-lei Flynn Ryder e começar a baboseira romântica de sempre.
Essa é a trama de Enrolados, nova animação da Disney que estreia nesta sexta-feira em todo o Brasil (e que esteve em pré-estreia aqui em Brasília na semana passada). O estúdio segue no firme propósito de resgatar sua era de ouro, quando encantava crianças do mundo todo com príncipes, princesas e muita música. Ainda no ano passado lançaram A Princesa e o Sapo, animação deliciosa feita no antigo padrão bidimensional, e foi um sucesso. Já na adaptação da história de Rapunzel, preferiram aderir ao lucro instantâneo que gera um "3D" estampado no pôster. E sim, o visual é incrível, mas não, não acho que isso seja fator determinante na qualidade de um filme.
Enrolados é um conto-de-fadas gracioso e tem todos os elementos que fizeram dos clássicos da Disney, clássicos. Ainda não sei se as crianças de hoje vão curtir esses filmes assim como nós curtimos O Rei Leão, A Bela e a Fera, etc. Acho que não. Talvez a Pixar preencha essa lacuna. Mas não tem como ignorar a qualidade de Enrolados. Apesar dos clichês e da dublagem de Luciano Hulk, o filme consegue explorar muito bem o drama de uma filha que resolve desobedecer à mãe paralelamente à fuga do ladrão mais procurado do reino.
Em uma das cenas mais bem boladas do filme, Rapunzel, finalmente livre, reveza momentos de extrema felicidade com terríveis surtos de culpa. Por mais incrível que seja estar fora da torre que a trancafiou desde pequena, ela sabe que está indo contra tudo o que aprendeu até ali. Porque, como diz uma das músicas cantadas pela detestável Gothel, "sua mãe sabe mais". E quem ousaria desobedecer?
3 comentários:
Confesso que tenho tido uma preguiça dos filmes recentes da Disney porque tenho uma enorme preguiça de 3D. Sei que é uma implicância idiota, mas eles me dão uma má vontade quase automática.
Adorei muito A Princesa e o Sapo, e acho que o traço dos filmes de princesa da Disney casam muito melhor com o tradicional 2D.
E a geração de hoje definitivamente tem a Pixar como referência, como nós tivemos a era de ouro da Disney quando crianças. Pelo menos eles arrebentam.
Eu gosto das suas resenhas porque elas me deixam morrendo de vontade assistir aos filmes, mas meu desânimo com Enrolados é tão grande que nem a sua resenha conseguiu animar, haha. Assim como a Anna também tenho preguiça dos filmes recentes da Disney e não dou a mínima pro 3D.
Eu tenho medo que meus filhos não tenham contato com a era de ouro da Disney, haha.
Adorei o filme, só achei que nós, brasileiros, não mereciamos o Luciano Huck, como José Beserra kkk
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