Eu tinha preparado várias listas pro final de ano: além dos melhores filmes, escolheria também os melhores discos, livros e séries de 2011, mas minha procrastinação crônica não permitiu. E agora é tarde, porque todo mundo sabe que ninguém lê blog nas férias (apenas os losers mais tradicionais). Paciência. Não procrastinar é uma das minhas metas pra 2012 (assim como foi pra 2009, 2010 e 2011).
As outras eu vou listar aqui, apenas pra vocês serem testemunhas do meu fracasso:
- dormir mais;
- comer melhor;
- fazer algum tipo de exercício físico;
- perder menos tempo em redes sociais;
- ler mais coisas de papel;
- orar mais;
- aprender a tocar violão direito;
- escrever meu romance *BANG*
E acho bom parar por aí, pra evitar maiores frustrações.
Vou passar o natal aqui no apartamento da minha avó, em Niterói, onde vamos fazer uma comemoração bem pobre minimalista, mas com direito a tender, filme natalino e troca de presentes (que é o que importa, deixemos de hipocrisia).
Feliz natal pra todos vocês! E que 2012 seja um ano repleto de filmes bons, músicas viciantes e livros que mudam a vida da gente.
Deixo vocês com Carol of the Bells (que está na trilha de Batman - O Retorno).
Acho que 2011 foi o ano em que eu mais fui ao cinema, mas, pra minha tristeza, também foi um dos mais fracos da indústria. Com muito esforço, fiz minha lista dos 10 filmes que mais me cativaram, provocaram ou fizeram pensar ao longo desses 12 meses. Todos foram lançados no Brasil entre janeiro e dezembro de 2011. Se você deixou algum desses passar, só digo uma coisa: tremendo vacilão.
Foi a maior surpresa do ano. Comédia romântica com Steve Carrel, Julianne Moore ♥, Ryan Gosling e Emma Stone. Todo mundo super à vontade, com um roteiro inteligentíssimo, nada previsível e muito elegante.
Três crianças cresceram juntas em um internato que prepara doadores de órgãos para serem sacrificados quando a idade certa chegar. É um filme sobre amor, fadado ao sofrimento. Tem uma das fotografias mais lindas que já vi, direção de Mark Romanek e atuação de Andrew Garfield, Keira Knightley e a maravilhosa Carey Mulligan.
Esse ano a Pixar ficou devendo uma obra-prima (porque, convenhamos, Carros 2 não é), mas o espaço que ficou em branco foi gloriosamente preenchido por Rango. Um western ousado, com personagens cativantes e sequências muito bem elaboradas. Te cuida, John Lasseter!
Pânico 4 é tão atrevido que, já na sequência inicial, assume o ridículo e brinca com a própria fórmula. É a fita de terror da nossa geração. Dessa vez com ainda mais mortes, ligações anônimas e referências, pros amantes do gênero.
Cheio de diálogos dolorosos, Namorados para Sempre (pior tradução de título, inclusive) é o tipo de filme que não desce muito fácil. Mostra a relação de Cindy e Dean em dois tempos, no começo do namoro e alguns anos depois de casados, e todas as transformações que vieram desse intervalo.
Almodóvar nos presenteou esse ano com um filme corajoso, estranho e bem próximo do bizarro. Com sua trama repleta de labirintos e flashbacks, A Pele que Habito coloca em cheque uma das maiores seguranças do ser humano: seu próprio gênero.
Três amigos inseparáveis criam um reality show e decidem colocá-lo em prática usando suas próprias vidas. Pra evitar que o projeto seja um fracasso, eles começam a forjar um triângulo amoroso, mas, com o tempo, a linha entre ficção e realidade se torna cada vez mais tênue.
O novo filme de Lars Von Trier retrata a depressão como nenhum outro conseguiu até hoje e, pra isso, usa uma grande metáfora. Melancolia é o nome de um planeta que está se aproximando e, mais cedo ou mais tarde, irá se chocar com a Terra. Kirsten Dunst faz a melhor atuação da sua vida e é uma pena que não esteja entre as favoritas pro Oscar 2012.
Saiu aqui no Brasil no comecinho do ano e tudo que havia pra ser dito sobre ele, já foi. É uma história sobre transformação, entrega e disciplina. Tem Natalie Portman num trabalho visceral e Mila Kunis fazendo o que sabe fazer de melhor (ser gata).
Meia-Noite em Paris é romântico, leve e delicioso. Sem a prisão da verossimilhança, Woody Allen realiza seus sonhos e coloca ícones da literatura norte-americana contracenando com um escritor frustrado do século XXI. Tudo parece uma grande brincadeira e por isso mesmo, faz a gente sair do cinema com um sorriso no rosto e uma vontade sobre-humana de tomar banho de chuva.
PS: Minha prima acaba de me lembrar nos comentários que esqueci de Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2. E realmente, não sei como deixei passar. Foi um filmaço, eu vibrei demais e com certeza ele teria um lugar entre os 10 melhores do ano. Mas sei lá... Acho que meu subconsciente coloca Harry Potter num lugar diferente dos filmes normais. Não é só cinema. É um fenômeno.
É com muito orgulho, luzinhas, farofa e chester que venho apresentar minha primeira mixtape. Pra quem não tá informado, mixtapes são compilações de músicas de diferentes artistas, épocas ou nacionalidades, agrupadas de acordo com um tema específico. E o tema da vez é natal. TODOS CHORA DE FELICIDADE! Natal e música só não têm mais a ver que natal e comida. E como tá todo mundo de saco cheio do CD da Simone, achei por bem oferecer umas opções diferentes pra alegrar sua ceia.
Ao todo são 14 faixas, que vão de Lady Gaga a Frank Sinatra (o rei das canções natalinas). Tem Jason Mraz, Destiny's Child, The Carpenters, Elvis Presley, Coldplay, Marisa Monte e até Novos Baianos. Confesso que coloquei The Fevers só de sacanagem, mas tá valendo, porque natal é descontração, sapequice e molecagem.
Não tem erro, gente... Baixa a mixtape, coloca no iPod (ela já vem organizadinha pro iTunes), liga numa caixa de som e deixa rolando na noite do dia 24.
Nesse fim de semana teve o vestibular da UnB, que é de uma fase só, mas com dois dias de prova: sábado e domingo. O primeiro dia é sempre mais tranquilo pra mim. Adoro os temas da prova de humanas, consigo curtir os textos e quase sempre faço redações razoáveis. O bicho pega mesmo no domingo, dia dos números. Nesse domingo, em particular, o bicho pegou de tal forma que fica até difícil descrever. Mas vou tentar.
Eu já estava atrasado (não sei por que, mas SEMPRE ESTOU ATRASADO) quando cheguei ao local de prova. O que foi até bom, porque não tem nada pior que chegar pro vestibular e ser obrigado a ficar 30 minutos em pé, no sol, conversando com gente que estava na sexta série quando você se formou. Como bom portador de TOC, eu carregava comigo minha carteira, uma garrafinha d'água, duas canetas, pro caso de uma falhar, um biscoito, guarda-chuva, chocolate, aspirina, pé de coelho, trevo de quatro folhas, etc. Sempre tive pânico das coisas darem errado (e elas sempre dão, vai vendo...).
Encontrei minha sala, que era a mesma do primeiro dia, e fui tirar minha identificação pra mostrar pro fiscal. Eis que ela não estava lá! BANG! Comecei a procurar em todos os bolsos e repartições da carteira freneticamente e nada... E gente, eu não tinha outra solução. Estava tudo perdido! Bateu o desespero e cheguei pro fiscal: "Moço, perdi minha carteira de motorista aqui ontem, quando vim fazer a prova. [Mentira. Eu não fazia a menor ideia de onde tinha perdido] Mas trouxe todos os meus outros documentos pra mostrar... [Eu, tirando da carteira tudo o que era papel insignificante, cartão de banco, carteirinha de estudante, ingresso de cinema, e jogando na mesa do fiscal. Ele chocado com meu desespero]. "Mas cê não trouxe uma carteira de trabalho ou passaporte?". "Não... Só meu cartão da Blockbuster mesmo, serve?".
Não serviu.
Dois outros fiscais que estavam no corredor me levaram pra sala da coordenação. Eu já naquelas de querer chorar. Lembrando que faltavam SEGUNDOS pro portão fechar. Cheguei lá e expliquei tudo pro chefão. E ele disse que não podia fazer nada. "Mas moço, eu fiz a prova ontem. O senhor não lembra de mim?". Hahahaha. 500 estudantes, Gabriel. Você é sensacional! E o coordenador só na cara de misericórdia. Nessa hora eu já tinha perdido todo e qualquer traço de dignidade: "Por favor, me deixa fazer a prova! Por favor...". E ele apenas balançando a cabeça e dizendo: "Desculpa, mas essas coisas acontecem...".
Saí da sala da coordenação desconsolado. Já estava pensando na melhor forma de contar pra minha mãe que eu tinha perdido a prova, quando a fiscal que me acompanhava, também conhecida como Fiscal Mais Gente Boa do Mundo, vira e diz bem baixinho: "Liga pra alguém da sua casa, mandar trazer um documento, dá o meu número e pede pra me ligar quando estiver chegando. Eu coloco você pra dentro e você vai fazendo a prova enquanto isso". Gente! Tive vontade de pedir a fiscal em casamento. Liguei pra minha irmã que não entendeu nada, dei o número da Tainá, a fiscal, e falei pra vir o mais rápido possível. Tainá chegou no meu chefe de sala e, com toda a segurança do mundo, ordenou: "Pode entregar a prova pra ele, que estão trazendo o documento". "Você falou com o coordenador?". "Falei". Entrei com as pernas bambas, recebi a prova e comecei a fazer. 20 minutos depois minha identidade chegou.
A prova estava impossível! Despencou logaritmo, função, botânica, nitrato de amônia e mais um monte de coisa que não é humano saber. Mas eu até tenho esperanças de passar. Sei lá... Acho que nada pode ser mais difícil que encontrar uma fiscal disposta a burlar as regras do vestibular pra ajudar um estranho que esqueceu a identidade.
Minha mãe sempre ensinou que primeiro vem o dever, depois a diversão. É um princípio básico, que vence a procrastinação e coloca prioridade na vida. Inclusive, acredito que essa é a única diferença entre os bons e maus alunos. Os bons fazem a tarefa escolar antes de sair pra brincar na rua. Os maus querem a diversão primeiro e, com isso, vão deixando o dever de lado.
Hoje passei algumas horas tentando descobrir quando foi que passei de bom para mau aluno. Porque eu tenho certeza que aos 12 anos de idade eu era algo como "o melhor da turma". Posição que ocupei com vigor até, sei lá, o segundo ano do Ensino Médio. Eu lembro perfeitamente bem que minha rotina era toda construída com o estudo como prioridade. Eu almoçava, descansava por alguns minutos e ia fazer os deveres de casa. Com prazer. Depois, é claro que eu me jogava no Vale a Pena Ver de Novo ou na coleção de filmes do meu pai, mas com a consciência tranquila, por saber que todas as minhas obrigações estavam em dia.
E gente, como isso está claro pra mim agora. Essa é a fórmula da felicidade! O único jeito de estar em paz é estando em dia com as suas obrigações; o que tem sido impossível de uns tempos pra cá. Há anos que não sei o que é passar 15 minutos com a mente tranquila, sem um item da minha checklist piscando a cada segundo. Como ensinou Renato Russo, disciplina é liberdade.
Então, acho que foi mesmo no terceiro ano que o bolo começou a desandar, que comecei a perder minha liberdade. Percebi que eu poderia tirar boas notas sem fazer as tarefas escolares. Ou que meus trabalhos não ficariam piores se fossem feitos na véspera. E esse pensamento cagou com tudo.
Hoje em dia sou um péssimo aluno. A diversão tem vindo sempre em primeiro lugar. Adotei um estilo de vida hedonístico, que não tô conseguindo manter, e as chances de me ferrar são grandes. Hoje tudo o que eu quero é voltar a fazer o dever de casa antes de sair pra brincar.
Hoje o diretor mais querido do cinema está completando 76 anos e como homenagem resolvi fazer um Top 5 dos filmes dele que mais mexeram comigo. Foi muito difícil escolher a posição de cada um e deixar de fora umas coisas maravilhosas tipo Hannah e Suas Irmãs e o recente Meia-Noite em Paris. É claro que pelo menos 80% dos filmes do Woody Allen são geniais (os outros 20% são apenas bons), mas posso dizer que esses cinco, de uma forma ou de outra, tornaram os meus dias mais bonitos.
5. Manhattan
"Por que vale a pena viver a vida?"
Visualmente, é o filme mais bonito do Woody Allen. A fotografia em preto e branco e a trilha sonora repleta de jazz fazem uma homenagem ao que foi por muito tempo a marca registrada de seu cinema: Nova York. Além disso, tem participação de Meryl Streep, o romance de um homem mais velho com uma adolescente e uma deliciosa lista de coisas que fazem a vida valer a pena.
4. Noivo Neurótico, Noiva Nervosa
"Eu nunca faria parte de um clube que me aceitasse como sócio"
O filme que deu o Oscar para Woody Allen é talvez, um dos melhores do mundo sobre relacionamento. Nada é mais sincero que o amor de Annie Hall e Alvy Singer e fica impossível não se reconhecer nas DRs ou sessões de terapia do casal.
3. Interiores
"Acho que você é realmente muito perfeita pra viver nesse mundo"
Com muitos diálogos, planos longos e nenhuma trilha sonora, Interiores é um drama familiar dos mais perturbadores. Talvez o filme mais diferente da carreira de Woody Allen. Conta a história de três irmãs às voltas com sua mãe, portadora de Transtorno Obsessivo Compulsivo, que não consegue aceitar a separação do marido.
2. Vicky Cristina Barcelona
"Eu só tenho que encarar o fato de que não sou talentosa, sabe? Eu consigo apreciar a arte e adoro música, mas... É triste, realmente, porque eu sinto que tenho muito a expressar e não tenho talento"
O filme que mais me inspira a criar. Ver Penélope Cruz, alucinada, jogando as tintas no quadro me ensinou muito sobre o que é arte. Já em relação ao amor, tenho impressão de que sou bem parecido com a Cristina. Não sei o que eu quero, mas estou irremediavelmente certo sobre o que eu não quero. E por enquanto, isso basta.
1. Match Point
"Há momentos numa partida em que a bola bate no topo da rede e, por uma fração de segundo, ela pode cair para frente ou para trás. Com um pouco de sorte, ela cai para frente, e você ganha. Ou talvez não, e você perde"
A grande tragédia de Woody Allen. Pra mim, Match Point é um carro sem freio em direção ao precipício. Você está vendo o fim do caminho, mas não pode fazer nada para impedir o desastre. Scarlett Johansson nunca esteve tão linda e a sorte nunca foi tão importante.
Não tô gostando, viu? E tenho estado irritado com todo mundo, mas fica óbvio, né? Que toda essa irritação é comigo mesmo. Não tenho me suportado de uns dias pra cá. Mas sei lá, acho que todo mundo tem uma fase assim... De descobrir que não gosta da pessoa em que se transformou.
De repente me deu uma vontade enorme de pedir desculpas pra um monte de gente. E comprar bombons e escrever bilhetes pra todo mundo. Dizendo que, olha... Eu não sou assim. Por favor, acredita. Não sei o que tá acontecendo comigo, mas esse não sou eu. Prometo melhorar. Beijos.
Só hoje fui perceber o quão séria é a minha mania de competição. Tudo porque de tarde passou Dirty Dancing na Globo e tinha um pessoal comentando no Twitter. E eu fui falar que "ok, Dirty Dancing é legal, mas Grease é bem melhor!". Assim, do nada. E joguei na cara de todo mundo que Dirty Dancing só tinha uma música (que na verdade é só uma apresentação em um palco), enquanto Grease é um musical de verdade. Depois fui assistir as duas partes de As Relíquias da Morte e segue meu primeiro comentário: "A parte 2 é muito interessante, mas a parte 1 é melhor".
Sabe? Isso deveria ser tratado, porque não é normal transformar tudo em gincana. Eu. Faço. Rankings. Essa é a minha função na vida. Faço ranking dos tios mais bacanas, das primas mais bonitas, dos colegas mais inteligentes, das melhores coxinhas da cidade... Porque alguém me ensinou (talvez minha família e seu particular vício por jogos de tabuleiro) que não basta ser bom. É preciso ser melhor que.
E aí que nesse fim de semana joguei Yahtzee com minha namorada e um amigo. Ela não é boa e ele nunca tinha jogado Yahtzee. E perdi. Perdi vergonhosamente.
O que me mata é que, pra eles, certeza que não fez a menor diferença. É só um jogo de dados. Já eu, tô aqui remoendo a derrota até hoje. Pra mim, não é SÓ um jogo de dados. É um jogo de dados. E isso é muita coisa.
Foi um semestre estranho. Comecei a dirigir, ganhei algum dinheiro com aulas particulares e meio que consegui me aproximar um pouco desse conceito de autossuficiência, que é, teoricamente, o que os adultos buscam. Por outro lado, não estudei quase nada, perdi aulas, dormi mal, comi mal e acho que nunca procrastinei com tanta propriedade. A situação ficou tão feia que hoje baixei um aplicativo que promete monitorar seu sono. Porque ainda acho que meu maior problema é não conseguir dormir 7 horas por dia.
Esse Sleep Cycle funciona assim: você marca a hora em que quer acordar e deixa o iPhone ou iPod Touch do lado do travesseiro. De acordo com os seus movimentos na cama (calculados usando o acelerômetro do aparelho), ele descobre em qual estágio de sono você se encontra. Tudo isso para evitar que você acorde mal. Ele nunca interrompe um ciclo. Pacientemente, ele espera seu momento de sono mais sensível e toca a musiquinha relaxante. Ainda não experimentei o programa e acho que começar a usá-lo nesse fim de semana pode não ser uma boa ideia.
E a gente segue fazendo o possível, né? Sleep Cycle, revista ensinando técnica de concentração, livro de auto-ajuda sobre "como não perder tempo", blocos e mais blocos de checklists... Tudo pra tentar resolver um problema que existe desde 1991 e continua sem solução: eu.
Nunca vi um cantor entrar tão sem cerimônia. Eu sou meio espetaculoso, né? E adoro essas entradas triunfais em shows. Não do tipo Xuxa em nave espacial, mas do tipo Marisa Monte que manteve todas as luzes apagadas e cantou durante uns 30 segundos no escuro até que finalmente a luz acendeu e ela estava de costas pro público. Caetano e Maria Gadú chegaram andando de mãos dadas e eu nem aplaudi, porque achei que era gente da equipe vindo dar uma última conferida no cabo do violão.
Ela sem nenhuma maquiagem, ele de camisa preta brilhante. E o show seguiu essa linha minimalista. Os dois sentados, cantando e tocando violão. Apenas. Sem conversinha fiada com o público, sem mudança de cenário ou de roupa, sem interpretações grandiosas. Nada. E segurar um show de quase duas horas só com voz e violão é pra muito pouca gente. Caetano Veloso e Maria Gadú estão entre os que conseguem.
Entraram e cantaram Beleza Pura, depois Caetano saiu e a Gadú ficou fazendo o show dela. Cantou uma versão muito boa de Laranja e quase todos os seus sucessos. Depois o Caetano voltou e eles cantaram mais uma e depois ela saiu, deixando ele fazer seu show. E é claro que suas músicas eram bem mais cantadas que as dela. E ele era bem mais aplaudido que ela. E o mais interessante: quando Maria Gadú saiu do palco, em vez de ir pro camarim, sentou em uma caixa de som e ficou assistindo dos bastidores. Quem não ficaria?
No final os dois voltaram a se unir e cantaram a tríade: Vaca Profana, Rapte-me, Camaleoa e Leãozinho. Tudo com muita sintonia e pouca afetação (só o Caetano que às vezes danava a fazer gestos vergonhosos com os braços). Afinal, quem canta como ele ou toca como ela não precisa de mais nada. Nem de uma entrada grandiosa.
Tirei essas fotos que estão entre os parágrafos e fiz alguns vídeos. O mais completinho é esse aí de baixo:
Era pra eu ter escrito sobre A Pele que Habito, novo longa de Pedro Almodóvar, na semana passada, mas alguma coisa me fez perder a hora.
Sou entusiasta desses diretores autorais com estilão marcante: Woody Allen, Tarantino, Scorsese, Tim Burton, Sofia Coppola, Christopher Nolan, Jason Reitman... Todos eles acabaram se tornando mais importantes que suas obras. O nome vem acompanhado de pompa e boa dose de expectativa. E não sei até que ponto essa mania de grife cinematográfica pode prejudicar a boa avaliação de uma fita. No caso de A Pele que Habito, posso garantir que fiz um esforço pra não achar genial de cara.
É talvez a história mais bizarra que o diretor espanhol já se propôs a contar. Roberto Ledgard (Antonio Banderas) é um cirurgião plástico que vive assombrado por duas tragédias pessoais: o estupro sofrido por sua filha e o acidente que culminou na carbonização do corpo de sua mulher. Essa última é a principal motivação dos projetos recentes do Dr. Ledgard. Ele vem trabalhando no desenvolvimento de uma super-pele, imune a queimaduras e picadas de insetos, por exemplo, e pra isso, usa uma misteriosa cobaia, mantida trancafiada em sua própria casa.
No começo tudo parece estranhamente confuso e a narrativa não linear não ajuda muito a esclarecer as coisas. Mas é justamente esse o maior trunfo do roteiro de Almodóvar. Ele sabe como ninguém a hora certa de soltar cada informação. Até que, de repente, a confusão vira espanto. Muito espanto. E a partir daí, é melhor calar meus dedos pra não estragar a surpresa.
Dizem que A Pele que Habito é a coisa mais diferente que o diretor já fez, mas todas as suas marcas estão lá: as longas cenas de valor estético, a metalinguagem, o dramalhão romântico e a queda pelo ridículo. Tudo muito bem orquestrado, como já era de se esperar. E já deixando de lado a tentativa de desvincular a criatura do criador, podemos dizer que A Pele que Habito é mais um acerto de Almodóvar. Mais um acerto de alguém que, ultimamente, tem errado muito pouco.
A Piauí do mês passado trouxe um dos textos mais tristes que já li na vida. É uma espécie de diário escrito por pilotos kamikazes do Japão, durante a Segunda Guerra Mundial. Pelo que entendi, os militares escolhiam aleatoriamente estudantes da Universidade de Tóquio e os convidavam a se alistar. A maioria deles tinha entre 19 e 22 anos de idade. Eram jovens cultos, bem criados, cheios de ideologia e patriotismo. Todos tinham pleno conhecimento de que, a qualquer momento, teriam que mergulhar com um avião carregado de explosivos contra algum navio inimigo e dariam sua vida pelo país.
Os trechos foram tirados de diários e cartas escritas pelos meninos. Alguns falavam sobre honra, outros sobre o medo da morte. Não consegui captar até que ponto eles estavam dispostos a se sacrificar e até que ponto foram forçados. Passei uma tarde inteira pensando neles. Em como deve ficar a cabeça de alguém com data marcada pra morrer.
Selecionei as partes que mais me interessaram ou comoveram.
Sasaki Hachirõ
"Soa a sentimentalismo, mas, se você precisa morrer, que seja de uma forma bela."
"Sei que posso morrer a qualquer momento, e por isso deixo tudo o que é meu arrumado; vivo uma vida organizada e tiro fotografias para a posteridade."
"Achei uma aranha minúscula dentro do meu livro. Num impulso de malvadeza, aproximei meu cigarro da aranha, que se pôs a correr freneticamente. Coloquei o cigarro aceso à sua frente, ela mudou de rota. Repeti o ato várias vezes até a aranha se imobilizar. Deixei-a sossegada por um tempo. Num novo impulso, aproximei o cigarro aceso por cima, e ela voltou a correr. Continuamos assim por uns dois minutos. Ela então cansou, encolheu as pernas e tornou-se imóvel mesmo sem ter sido tocada pela brasa do cigarro."
Hayashi Tadao
"Sigo uma agenda diária que me impus: ler cinco páginas em inglês e 100 em japonês... Durante meus anos de colegial me proponho a ler 300 livros em japonês, quinze em inglês (além dos do currículo escolar) e melhorar meu condicionamento físico com 30 minutos de exercícios diários. Não ler enquanto descanso."
"Japão, por que eu não te amo e não te respeito?"
"Preciso ser sincero. O desejo sexual é doloroso. Olho para mim, tomado pela vontade de união física. Em seguida combato o impulso como se fosse sujo e feio, resultado da minha raiva por não satisfazer o desejo. Por outro lado, sonho em aspirar o cheiro do suor [de uma amante] que excita, o cheiro do corpo do sexo oposto, o toque em um corpo quente, a euforia do enlace de duas pessoas apaixonadas se descobrindo, sem o sentimento da vergonha, a dança selvagem do ato, o adormecer abraçado e a doce sensação de despertar a seu lado – são todas imagens que me atormentam. Luto diariamente com esta dor. Preciso assumir o controle sobre mim!"
"Não fujo do sacrifício. Mas martírio e sacrifício devem ser feitos no auge da realização pessoal. Sacrifício ao término do autoaniquilamento, da dissolução do seu ser, não tem nenhum significado."
"Estamos todos pessimistas quanto à possibilidade de voltar para casa. Se eu não conseguir sair da Marinha, vou enlouquecer. No momento eu só quero ler livros e nesse estado de espírito não vou conseguir lutar na guerra... Não tenho paixão. Sinto perda e indiferença. Não me importa o que venha a acontecer. O sentimento mais penoso e insuportável deriva dessa vida de forçada indiferença. A parte dura não é morrer, é viver."
"Sinto-me cada vez mais atraído pela solidão, preces, dívida e responsabilidade social, mas nenhum sentimento de amor, que me parece remoto demais no momento."
Carta de despedida de Hayashi Ichizõ à mãe:
"Hoje metade de nossa unidade mergulhou sobre navios inimigos ao largo de Okinawa. Não temos luz, por isso escrevo perto de uma fogueira.
Mando lembranças a todos. Não me resta tempo para escrever-lhes. Vamos afundar navios inimigos. O uniforme de um piloto tokkōtai para sua última missão inclui uma bandana com o sol nascente e uma echarpe de seda branca em volta do pescoço... Para meu último voo vou enrolar no meu corpo a bandeira do Sol Nascente que você me deu e vou colocar uma foto sua no peito... Quando você ouvir pelo rádio que navios inimigos foram afundados, por favor lembre que mergulhei em um deles.
Amanhã não estarei mais vivo. Os que saíram em missão ontem estão todos mortos? Não consigo crer que seja real. Sinto como se fossem retornar de repente. Você talvez pense a mesma coisa em relação a mim. Mas, por favor, desista. Por favor, chore. Mas, por favor, não fique tão triste.
Parto antes de você. E me pergunto se me será permitido ir para o céu. Ore por mim, mãe. Não suportaria a ideia de ir para um lugar onde você não se juntará a mim mais tarde.
Amanhã mergulho contra uma flotilha de porta-aviões inimigos. Se você fizer um funeral religioso, coloque a data certa: 10 de abril."
Aproveitei que uma aluna tinha desmarcado a aula da tarde e corri pro cinema, numa tentativa inútil de acabar com a lista "Quero ver" do Filmow. Comprei logo os ingressos pra duas sessões seguidas: Contágio, com Kate Winslet e grande elenco (grande mesmo) e O Palhaço, novo filme do Selton Mello (escrito, dirigido e estrelado por ele). Todos com um preço promocional maravilhoso de segunda-feira. Fiz os preparativos pra tarde, enchendo a mochila de salgadinho e refrigerante, e me joguei nas poltronas vermelhas do Kinoplex.
O primeiro filme, o relato de uma epidemia mortífera dominando a Terra, é bem amarrado, bastante tenso e conta com muita gente boa (de modo que eu não sabia se prestava atenção na Kate Winslet, na Marion Cotillard, no Jude Law ou no casal sentado à minha frente). Mas O Palhaço, esse sim, fez minha alma deixar Brasília, deixar esse tempo, e ir parar na estrada, ao lado de uma trupe circense e mambembe dos anos 70, onde a história acontece.
Benjamim (Selton Mello) é um palhaço que trabalha com o pai (Paulo José), o dono do Circo Esperança e também palhaço. Cansado, depressivo e sem a menor certeza de que é essa vida que ele quer, Benjamim passa a se arrastar nas apresentações e a causar estranheza fora de cena. Perdeu a graça. E em certo momento da projeção, o pai de Benjamim diz pro filho algo como: "A gente tem que fazer o que sabe fazer. O gato bebe leite, o rato come queijo e eu sou palhaço. E você?".
Benjamim não sabe responder. Não sabe o que é. Ele não tem identidade. Sério... A identidade mesmo, de papel... Ele não tem. Tem só uma certidão de nascimento um tanto amassada que não lhe vale nem pra comprar um ventilador. Então ele decide correr atrás da sua identidade. E aí eu já não tô mais falando de papel.
Só sei que minha namorada chorou no final, porque o filme é mesmo bastante bonito e sincero. Tem um ambiente muito melancólico, um povo muito sofrido, mas um povo que sabe sorrir. Sei lá... Circo é uma coisa meio depressiva. Um monte de gente pagando por um pouquinho de felicidade e outros tantos recebendo pela mesma coisa. E comercializar felicidade pode mesmo ser um pouco confuso. A gente acaba sem saber se é feliz porque pagou ou porque tá sendo pago.
Voltando pra casa, abri minha mochila e tirei umas latas de Pringles já pela metade, um biscoito de chocolate mais caro que gostoso, os ingressos usados do cinema, algumas revistas e um livro que estou lendo há sei lá quantos meses. E fiquei confortável, vendo aqueles símbolos. Fiquei confortável com a ideia de que, bem ou mal, isso sou eu.
Nunca foi tão difícil escrever. Estou completa e irreversivelmente travado, de modo que não sei se esse blog sobrevive por muito tempo. Os parentes estão por toda parte, eles brotam nas redes sociais... Eles e os velhos que nunca entendem nada, mas fazem questão de comentar, opinar e aconselhar em cada nova atualização. E eu morro de vergonha, fico me escondendo... Não sei o que responder, não sei o que fazer. Parece que estão invadindo um espaço que, logicamente, é público, mas que até então era só meu e de semi-desconhecidos que não se importavam muito com minha saúde e bem estar.
É um paradoxo. Porque eu escrevo na internet pra ser lido. Eu gosto de ser lido. É esse o objetivo, não é? E, de uma forma ou de outra, fui eu que acabei abrindo esse espaço. Não posso culpar meus pais por lerem um texto público, escrito pelo próprio filho, e divulgado amplamente nas redes sociais.
Eu gosto de ter minha família por perto, realmente não vejo problema em todos eles terem Twitter e Facebook. Mas o tipo de exposição que eu faço não é muito agradável. E muita gente fica incomodada. Faço autodepreciação, reclamo de muita coisa, falo besteira, exagero... E desculpa, mas é assim que sei me expressar. Não tô fazendo tipo. Não tô querendo impressionar. Tô só dizendo que ontem um piano caiu na minha cabeça, porque foi exatamente assim que me senti. A parte de ler e interpretar fica por conta do cliente.
Na maioria das vezes, acabo chateando e preocupando todo mundo, de uma forma ridiculamente egoísta. E isso me constrange. E ver alguém se preocupar comigo publicamente também me constrange. Não sei por que. Mas tem me irritado muito essa incapacidade de dizer o que eu quero falar, por medo de incomodar as pessoas que eu amo.
Das duas uma: ou você começa a cagar pra todo mundo e sai como o egoísta que não consegue disfarçar sua carência, ou você começa a se censurar e, pouco a pouco, vai limitando seu vocabulário, suas ideias e seus pensamentos até cair num silêncio eterno.
Já acho que tá na hora das pessoas pararem de se referir à Dionne Bromfield como "a afilhada de Amy Winehouse", porque, apesar do prestígio da falecida, Dionne tem talento suficiente (de sobra, na verdade) para seguir um caminho independente. E é o que tem feito. Mês passado, através do selo Lioness Records, criado pela madrinha, Dionne lançou seu segundo CD: Good for The Soul. Ainda mais impressionante que o primeiro e, desta vez, com canções inéditas.
Ela só tem 15 anos, então o medo de todo mundo era que a moça fosse corrompida e embarangada pela indústria fonográfica e acabasse desperdiçando seu talento em uma carreira projetada para vender músicas no iTunes. Isso ainda não aconteceu, mas naturalmente, esse segundo trabalho já parece um pouco mais trabalhado que o primeiro, com participação de rapper, etc, mas continua excelente.
Dionne Bromfield é tão nova e tem uma voz tão incrível que o fato de também ter um refinadíssimo gosto musical só reforça a certeza de uma das mais promissoras cantoras da Inglaterra. E olha que estamos falando de uma Inglaterra que hoje conta com gente como Adele, Florence Welch e Duffy.
Apareceram umas aftas na minha boca e tudo o que eu queria agora era ter minha avó por perto pra dizer que "isso aí é emocional". Porque pra ela, realmente, todos os males e doenças que nos atingiam, começavam na cabeça. Para parar de soluçar, vovó ensinava o truque: nada de tomar três goles d'água, prender a respiração ou levar um susto, o único jeito era se concentrar, contar 1, 2, 3 e dizer um "parou" com bastante fé. Se a sua mente conseguisse se controlar, naturalmente seu sistema digestório seguiria o mesmo caminho. E nessa brincadeira, nunca vi a danada falhar.
Pra minha vó, a mente era a origem e solução de todos os desvios de comportamento humano. A maldade não existia. Ninguém era mau, todo mundo era doente. Sim, porque meu avô sempre bebia, sempre aprontava, sempre fazia com que ela e os filhos sofressem... Chegou ao cúmulo de jogar cachaça no olho de um gatinho, por pura maldade. Mas até hoje, com meu avô já morto, ela continua dizendo que nunca teve raiva. Tinha pena. "Ele era um homem doente".
Nunca vi minha avó julgar ninguém por um erro, e olha que, às vezes, o erro era realmente digno de julgamento, quiçá, pena de morte. Ela conhecia a alma humana muito bem e essa compreensão fez com que entendesse que as pessoas não são ruins porque querem. Que ninguém escolhe o mal ou que, se acabou escolhendo, certamente foi porque não estava em seu juízo perfeito.
Acho que vou acabar exatamente como a minha avó. Colocando a culpa de tudo que é erro, afta ou cachaça em olho de gato nas doenças psicológicas. Estou julgando cada vez menos e sendo cada vez mais tolerante e compreensível com as falhas alheias. Talvez por também estar adquirindo certa compreensão da alma humana ou, na hipótese mais provável, por já estar pensando no meu próprio julgamento e desejando que a mesma misericórdia que dispenso ao meu próximo, seja dispensada a mim no último dia.
Estou lendo Alta Fidelidade, do Nick Hornby, pela segunda vez. Na verdade, quando li pela primeira vez, não cheguei a terminar. Faltavam cerca de 80 páginas pro fim do livro, quando esqueci meu exemplar em um dos bolsões de uma aeronave da Gol. Eu estava indo de Brasília pra São Paulo e só fui me dar conta da perda quando cheguei na casa dos meus pais, em Campinas.
Tive que comprar outro, já que recuperar um livro perdido num avião de linha econômica é tarefa quase impossível (de modo que nem tentei). E como fui obrigado a interromper a leitura por alguns dias, decidi recomeçar, porque tenho TOC porque não gosto de interromper leitura de romances. Principalmente de romances britânicos.
Por incrível que pareça, estou achando o livro ainda melhor desta segunda vez. Alguns trechos são realmente geniais. Não por trazerem uma linguagem inovadora ou uma constatação inédita, mas por conseguirem resumir com clareza boa parte das mazelas que nós (os apaixonados por cultura pop) sofremos.
Estou me sentindo vingado! Compreendido! Consolado! E certamente, vou recomendar a leitura pra minha namorada, mãe, amigos e todo mundo que nunca entendeu essa paixonite por filmes, músicas e livros, pra eles verem que eu não tô sozinho.
"O que veio primeiro, a música ou a dor? Eu ouvia a música porque estava infeliz? Ou estava infeliz porque ouvia a musica? (...) As pessoas se preocupam com o fato das crianças brincarem com armas e dos adolescentes assistirem a vídeos violentos; temos medo de que assimilem um certo tipo de culto à violência . Ninguém se preocupa com o fato das crianças ouvirem milhares – literalmente milhares – de canções sobre amores perdidos e rejeição e dor e infelicidade e perda. As pessoas afetivamente mais infelizes que eu conheço são as que mais gostam de música pop; e não sei se foi a música pop que causou tal infelicidade, mas sei que elas vêm ouvindo as canções tristes há mais tempo do que vêm vivendo suas vidas infelizes."
Game of Thrones é o tipo de série que tinha tudo pra ser péssima: uma história grandiloquente, cheia de gente agasalhada e barbuda, jogos políticos chatos, batalhas medievais intermináveis e até um toque sobrenatural... Aparentemente, nada ali seria capaz de me segurar por mais de dois episódios. Assisti ao piloto achando tudo extremamente confuso e errado, mas na última cena, somente nela e por ela, eu tive certeza que assistiria a série até o fim.
Assistir uma série até o fim (isto é, até o último episódio disponível na internet) é de uma raridade absurda na minha vida atual. E nem é excesso de exigência, porque devo ter umas 16 séries na minha watchlist do Orangotag. O problema é que todas estão atrasadas. Não sei dizer ao certo quando comecei a perder os episódios. Na verdade só percebo o descompasso quando anunciam a 5ª temporada enquanto eu estou na metade da 2ª. Mas Game of Thrones eu fiz questão de não deixar atrasar. De separar todo e qualquer tempo livre, encher um copo de coca-cola, e colocar a série em dia. Devo dizer que valeu a pena.
A história não vai parecer grande coisa: temos uma família de nobres, cujo pai é um homem digno e justo (apesar de degolar um inocente logo em sua primeira cena). Temos um rei gordo e bêbado que é amigo desse homem justo e vive cercado por interesses obscuros. Temos uma loirinha que é obrigada a casar com um brutamonte, no melhor estilo A Bela e a Fera da Idade Média. Temos cinco lobinhos órfãos que são criados por uma família de humanos, no melhor estilo Mogli, Só Que ao Contrário. Temos um anão promíscuo que acaba apaixonado por uma prostituta, no melhor estilo A Branca de Neve e os Sete... Ok, parei. Temos tudo isso aí. E também temos o inverno, que está chegando. Esse inverno representa tudo o que existe de mais assustador no mundo: além de pessoas morrendo congeladas a torto e a direito, mendigos, bárbaros e monstros prometem surgir da neve para assombrar os sete reinos.
O fato de a série ser da HBO (a mesma que produz True Blood) pode nos garantir duas coisas: violência e safadeza. E as duas aparecem o tempo todo, de forma exagerada, surpreendente e até desnecessária. Game of Thrones é tão brutal e realista que, pela primeira vez na vida, precisei abaixar a cabeça pra não ver uma cena. Era alguma coisa envolvendo o sacrifício de um cavalo.
Para os mais fracos de estômago, o melhor mesmo é continuar vendo Glee, mas se você acha que aguenta o baque, recomendo que não faça mais nada esse ano. Só assista Game of Thrones.
PS: Muito obrigado a todo apoio que recebi na campanha Gabriel, Vai Dormir do post anterior. Consegui nos primeiros dias. Porque descobri que o truque é não pensar em nada. Simplesmente dormir. Porque se você começa a pensar, descobre que ainda precisa ler, organizar, baixar e fazer um monte de coisa antes de ir pra cama e acaba não indo nunca. Sei por experiência própria, e porque agora mesmo são quase meia-noite e ainda tô nessas de "pensar" em amanhã.
Não é nem fundo do poço. O lugar aonde eu cheguei foi tão subterrâneo que nem nome ainda tem. Talvez "núcleo terrestre" se aplique. O fato é que precisei chegar lá, ao ponto de dormir em pé na escada rolante do shopping, pra decidir mudar.
Tenho uma amiga que é tipo minha terapeuta, já que nunca tive dinheiro coragem pra pagar por uma de verdade, e na madrugada de sábado pra domingo eu estava listando pra ela tudo o que tem me incomodado nos últimos meses. O que tem me feito infeliz. A lista foi realmente enorme, mas a maioria dos itens eram assim: incapacidade de acordar na hora, falta de concentração na aula, memória fraca, desânimo (muito, muito, muito desânimo), ansiedade, semanas de procrastinação alternadas com surtos de produtividade, etc. E chegamos à conclusão de que tudo isso é fruto de apenas um problema: eu não estou dormindo direito. Há muito tempo.
Mas é lógico que eu sabia. Todo mundo percebe esse tipo de coisa. Sempre que olho pro relógio e vejo o ponteiro marcando meia-noite sei que, se eu não for pra cama imediatamente, o dia seguinte vai ser um sacrilégio. Mas cadê força de vontade pra dormir sabendo que o que vem em seguida é mais um dia de estudos? Sempre acabo preferindo o modo zumbi e isso tem me feito um mal absurdo.
Então estou aqui, diante dos meus 5 leitores, prometendo que vou recuperar meu sono. Vou dormir cedo, acordar cedo e ser o orgulho da mamãe.
Prometo.
O único problema vão ser meus colegas do cursinho estranhando enormemente esse novo aluno que está prestes a surgir. Esse aluno aplicado e bem humorado, que não chega atrasado, não passa a aula escorado num canto, não anda cambaleante pelos corredores e, quem sabe, chega ao cúmulo de dar bom dia.
O post de quarta-feira causou certa comoção lá em casa, então achei de bom tom esclarecer alguns pontos aqui.
Blog pessoal só serve pra isso mesmo. Você começa a se sentir íntimo, seguro, e passa a não pensar nas coisas que escreve. E esse filtro, eu faço mesmo questão de não ter, porque me preocupa demais não ser espontâneo. Pelo menos aqui. Aqui é o único lugar no mundo onde tenho o direito de falar bobagem. E vocês têm o dever de relevar.
Acontece que meus pais ficaram um pouco chateados com a abordagem do meu texto. Acharam que não condiz muito com a realidade, essa ideia de que nos isolamos em um grupo fechado. E olha... Eles me deram alguns exemplos que realmente comprovam relações de afeto com outras pessoas. E embora meu enfoque tenha sido na capacidade de "fazer novos amigos", talvez eu tenha mesmo exagerado, ou pior, tenha generalizado a situação da minha família com base na minha situação.
Porque eu, sim, sou um fracasso nessa área. De não ter nenhum traquejo social. De viver a maior parte do tempo sozinho mesmo. E nem é uma solidão solitária, porque sempre tem gente ao meu redor. Sou eu que me isolo aqui dentro. Porque gosto. Então pode ser que meus pais e irmãos não sejam exatamente assim. Mais uma vez, fui enfático demais. Desculpa.
Por isso as pessoas vivem se assustando com as coisas que escrevo no Twitter (não as pessoas do Twitter, que já são escoladas em matéria de hipérbole, mas as do Facebook). Então sempre tem alguém pra falar: menino, que horror! Fica chato, sabe? Ter que explicar situações hipotéticas, figuras de linguagem, pros loucos da interpretação que não fizeram 7ª série. Mas a culpa pode ser minha também. Confesso que já soube me expressar melhor. Hoje faço uma bagunça. Agora, por exemplo, são quase três da manhã e eu tô aqui falando de coisa que nem é assunto desse post, sem entender mais nada, de modo que é melhor acabar logo com isso.
Dia desses, meu cunhado veio falar que minha família não sabe ter amigos. Que somos todos antissociais, fechados em nosso círculo de piadas internas, etc. E olha, por mais que exista certa implicância da parte dele, não acho que alguém essa semana tenha dito algo mais verdadeiro. E é o tipo de coisa que a gente sempre soube, mas nunca quis encarar. Nós cinco: eu, meu pai, minha mãe e meus dois irmãos mais velhos, não sabemos fazer amigos. Nunca aprendemos como se faz. Até porque, imagino que isso não seja o tipo de coisa que se ensine em algum lugar.
O fato de a minha família ser mineira explica boa parte do problema. Mineiros são extremamente apegados aos seus parentes mais próximos. Gostam de tomar o lanche da tarde, numa mesa grande, onde todos poderão sentar, sorrir, comer seus pães de queijo e fazer o papel de pai, mãe, filho e irmão, que é o certo a se fazer nessas situações. A família é tudo pra gente. Então, fora dela nada faz muito sentido. Nunca precisamos de amigo, sabe? Não dá pra entender, mas o raciocínio é justamente esse. Acho que a gente se bastava.
E daí, multiplicam-se as cenas de grandes festas, envolvendo pessoas das mais variadas origens, todas conversando entre si, e a minha família sempre unida, numa mesa, sem interagir com mais ninguém (e sem deixar que ninguém interagisse conosco). Não é nada premeditado. Tanto que só fui perceber dia desses. Simplesmente não nos damos bem com os outros. E não nos esforçamos pra isso.
Particularmente, posso dizer que tenho alguns poucos amigos, mas todos eles surgiram de forma completamente absurda, sendo a culpa da amizade muito mais deles que minha. Não sei ser espontâneo com as pessoas. No cursinho, quando tento falar com alguém que não conheço, sempre acabo parecendo um louco ou um retardado. Na maioria das vezes o resultado é um silêncio longo e constrangedor. Então, tenho preferido não falar.
Como todo mundo sabe (já que eu não canso de chorar essa pitanga aqui no blog), meus pais se mudaram de Brasília, me deixando sozinho em terras estranhas. E essa seria a grande oportunidade de desenvolver meus atributos sociais, já tão atrofiados. Com o rompimento temporário do clã familiar, naturalmente, eu teria mais tempo para me dedicar às novas amizades ou fortalecer as antigas. Eu poderia ficar mais natural com gente nova, eu poderia ficar menos antipático, eu poderia ficar mais sincero, eu poderia ficar tudo isso, mas o máximo que consegui até hoje foi mesmo ficar sozinho.
Descobri Cartas Perto do Coração entre os livros ainda não lidos da minha irmã. Reconheci a edição da Record (no mesmo formato de O Homem Nu, O Bom Ladrão e O Menino do Espelho), tirei da estante e fiquei assombrado ao perceber que tratava-se de uma compilação de correspondências trocadas entre Fernando Sabino e Clarice Lispector. Apenas. E, né? Esses dois monstros juntos... Não tinha como ser ruim.
Fernando Sabino é o autor do meu livro preferido, O Encontro Marcado. Eu me identifico tanto com esse romance que fica até difícil explicar. Na verdade, nem gosto de explicar, porque o livro não tem um final muito louvável e me sinto invadido, vendo meus pensamentos, sonhos e medos expostos assim, de forma tão despudorada. E Clarice dispensa qualquer apresentação. É a queridinha da literatura moderna, indiscutivelmente genial, etc.
Basicamente, os dois escritores, ainda jovens, trocam experiências e originais de obras ainda por lançar. Falam sobre a dificuldade de conseguir uma editora, os mistérios do ato de criar e as saudades do país (ambos moraram fora do Brasil por muito tempo). É engraçado ver que Sabino já era bastante conhecido quando Clarice começou a fazer sucesso e ela meio que submetia seus textos à avaliação do amigo. Fernando Sabino CORRIGIA Clarice Lispector, ok? Hoje parece piada, já que a moça ficou muito mais famosa que Fernando Sabino, Paulo Coelho, Machado de Assis, Buda, ou qualquer ser vivente. Todos nós sabemos.
As cartas são tão boas que eu fiquei tentado a copiar o livro inteiro aqui no blog, mas fui comedido e separei só os trechos mais interessantes.
De Sabino para Clarice:
"Tenho uma grande, uma enorme esperança em você e já te disse que você avançou na frente de todos nós, passou pela janela, na frente de todos. Apenas desejo intensamente que você não avance demais para não cair do outro lado."
"Porque você por dentro não vai bem não, Clarice Lispector, você por três vezes já se esqueceu de sorrir quando era preciso"
"A arte não nos satisfaz porque não passa disso: é o testemunho de nós mesmos. O verdadeiro testemunho é o dos santos e a nossa tristeza mais irremediável é a de nem ao menos saber onde é que perdemos nossa única oportunidade de sermos santos."
"Nosso livro é o nosso testemunho, Clarice, é a única coisa que temos. Nele é que aprendemos a viver nascendo, nele é que vivemos, viajamos, temos filhos, amigos - é a nossa realidade, nosso testemunho. Às vezes contra nós mesmos. Ele é que vai viver sozinho, vai agir pró ou contra, vai ter uma individualidade da qual não participamos, de filho pródigo que não retorna. Nós não, nós perdemos. Nós perdemos sempre, Clarice."
"Você, de certo modo, me dispensa de escrever. Resta o consolo de pensar que se eu fosse capaz, como você, de dizer o indizível, eu teria a dizer certas coisas que você ainda vai dizer. E me limito a ficar esperando."
De Clarice para Sabino:
"Não trabalho mais, Fernando. Passo os dias procurando enganar minha angústia e procurando não fazer horror a mim mesma. Tem dias que me deito às 3 da tarde e acordo às 6 para em seguida ir para o divã e fechar os olhos até as 7 que é hora de jantar. Isso tudo não é bonito. Sei que é horrível. Caí inteiramente e não vejo um começo sequer de alguma coisa nascendo."
"Tive um verdadeiro cansaço em Paris de gente inteligente. Não se pode ir a um teatro sem precisar dizer se gostou ou não, e porque sim e porque não. Aprendi a dizer "não sei", o que é um orgulho, uma defesa e um mau hábito porque termina-se mesmo não querendo pensar, além de não querendo dizer."
"Cada vez que penso no seu livro [O Encontro Marcado] - e tenho vivido com ele nesses últimos dias - gosto mais. O envolvimento é insensível, é feito por acumulação, por estrangulamento gradativo que vem de todos os lados. Sei que estou usando palavras que talvez lhe soem fortes demais (tive uma noite de insônia, acredite...), mas, Fernando, foi assim que senti: encostada à parede, e me deu um desespero que me deu vontade de lhe dizer: Fernando, vamos mentir que não é assim."
Antes de dar minha opinião sobre Glee 3D, queria reclamar de duas coisas:
1. Todas as cópias são dubladas. Todas. Não é como se eu fosse contra o direito dos preguiçosos de ver o filme com o áudio todo cagado, mas uma coisa é dar essa opção, outra coisa bem diferente é obrigar todo mundo normal e alfabetizado a assistir o filme assim. Sério. Mas eu nem vou argumentar aqui, porque o Pablo Villaça já fez isso muito bem, dia desses. Leiam.
2. Por que diabos estão tratando Glee como High School Musical? Chega a ser ofensivo! Não sei se a culpa é dos fãs, incapazes de se controlar, ou se os blasés do Twitter não conseguem mesmo ver uma coisa legal fazendo sucesso sem criticar (tome como exemplo o clipe delícia dA Banda Mais Bonita da Cidade). Só sei que é um comportamento ridículo. Porque Glee pode não ser a melhor série no ar atualmente, mas é o primeiro musical pra TV que dá certo depois de décadas! E isso é inquestionável. Tudo bem. Ela é cheia de defeitos, tem episódios vergonhosos e alguns clichês completamente evitáveis. Tudo isso é verdade. Por outro lado, as músicas são muito bem selecionadas, as versões, em sua maioria, são ótimas, os atores são competentes e a proposta é boa. Então não entendo o recalque. Não entendo essa necessidade de parecer acima do populacho, porque Glee agora passa na Globo e, minha nossa, tem pobre assistindo, deve ser um lixo!
Enfim.
Gostei do filme (que na verdade é um show intercalado com trechos de bastidores e uma espécie de documentário com estudantes que se identificam com a série). Achei a parte documental bastante fraca, mas pode ser culpa da dublagem. Já as apresentações são muito boas, mas fiquei paranoico, tentando descobrir quem tava usando playback e quem tava cantando de verdade, o que me tirou completamente a concentração.
Amanhã a terceira temporada começa nos EUA. E ela vai contar com a presença do vencedor daquele The Glee Project (um reality show que, sozinho, foi responsável pelos momentos mais felizes do meu último mês - e por aí vocês imaginam quão empolgante tem sido minha vida).
Todo mundo, aos oito anos de idade, adora Fandangos. E Ruffles, chocolate, pizza, sorvete, batata frita, hambúrguer... Porque são alimentos que entregam de cara o que a gente está procurando: açúcar, sal e gordura. Alimentos que não dependem de muita elaboração ou cerimônia, não são sofisticados, mas cumprem o prometido. Acontece que as pessoas crescem e, naturalmente, aprendem a refinar o paladar. E começam a procurar sabores mais sutis e imprevisíveis, capazes de proporcionar novas experiências gustativas. Mas eu não cresci. E hoje passo por situações constrangedoras como: ter que ir pro banheiro com meu pacote de Fandangos pra ninguém ver um homem de 20 anos comendo salgadinho no intervalo do curso.
Em algum momento da vida, todo mundo toma consciência dos seus piores defeitos. E acho que esse momento chegou pra mim, quando descobri que sou medíocre. Na verdade, sempre desconfiei, mas tinha esperança de ser coisa da idade. Não era. E o Fandangos tá aí pra provar.
Eu sempre acabo preso naquilo que não é incrível, mas também não é um lixo (ok, Fandangos é um lixo). Por exemplo: meus lugares preferidos pra comer são Outback e Pizza Hut. Sabe? Tudo tão previsível! Eu não consigo preferir nenhum bistrô, cantina ou restaurante legal, por mais refinado que ele seja. Simplesmente aposto naquilo que já conheço e fico ali, estagnado, pedindo Quarterão Grill até os 50 anos de idade.
Nos campos culturais é assim também. Eu poderia estar lendo Guimarães Rosa, Eça de Queiroz, Dostoiévski ou Edgar Allan Poe, mas prefiro continuar com meus romances britânicos de fácil digestão. Porque uma preguiça enorme toma conta de mim quando penso em ler qualquer coisa que exija mais do que eu esteja disposto a oferecer. E ultimamente tenho estado disposto a oferecer muito pouco.
Também tenho pavor do que é novo. Não adianta olhar cardápio, porque eu sempre peço a mesma coisa e, minha nossa, como odeio experimentar! Sério. Pede pra eu tocar La Bamba com os dentes, mas não me pede pra "provar isso aqui".
Não estou reclamando. Acho inclusive que é muito mais fácil ser feliz assim: com filmes hollywoodianos, Agatha Christie e pacotes de Fandangos saboreados nas surdinas da vida.
PS: Esse blog está cada vez mais absurdo. Toda a sua proposta me parece incrivelmente tola (primeiro por não ter proposta, segundo por, ainda assim, não conseguir cumpri-la). E de uns tempos pra cá, acho que uma força tomou conta dos meus dedos e começou a digitar palavras que nunca levam a nada. Tenho sofrido muito pra terminar os textos, porque sempre acabo arrependido de tê-los escrito. Felizmente, a mesma força que me obriga a escrever, acaba por me convencer a clicar no botão laranjado de publicar postagem. Comentem, por favor. Nunca pedi isso, mas hoje estou numa carência de dar pena. E preciso saber se alguém tá entendendo alguma coisa, porque eu não tô.
Então vamos parar de fingir que fazemos alguma coisa da vida, né? Vamos parar. E assumir de vez o vício por essas maravilhas em forma de app. Porque sem eles, nossas viagens de ônibus, tardes de espera e noites de insônia seriam ainda mais insuportáveis.
Preparei um pequeno Top 5 com os jogos mais deliciosos, viciantes e essenciais para iPhone e iPod Touch. Tudo baseado na minha vasta experiência em tédio. Aproveitem!
Bejeweled é uma evolução do Tetris. O tipo de jogo que funciona perfeitamente bem em celulares, por ser prático e dificilmente enjoativo. O objetivo é simples: unir 3 ou mais símbolos de cores iguais e somar o maior número de pontos, antes que o tempo ou suas opções de movimento terminem. Aqui em casa, é o único que minha mãe topa jogar. E ela não só joga, como é mais viciada que eu. Parece que dá pra jogar online aqui.
O clássico dos jogos para iPhone! Virou febre mundial, vendendo roupas, brinquedos e objetos de decoração, com direito a uma loja oficial só pra isso. Todo o sucesso do jogo se deve à combinação perfeita de física (movimento balístico) e à catarse oferecida pela destruição do cenário. Depois que começamos a arremessar passarinhos por aí, é muito, muito difícil parar. Já existem mais duas versões do game: Angry Birds Seasons e Angry Birds Rio, onde você tem que matar macacos e não porquinhos.
Vencedor do Apple Design Award 2011, Cut the Rope é o tipo de jogo que, além de ter um visual incrível, quebra a nossa cabeça. Já passei uma semana inteira tentando passar de uma fase. Tudo o que você precisa fazer é levar uma bala para a boca de um bichinho verde muito simpático. Para isso, você vai ter de cortar cordas, rodar manivelas, estourar balões, fugir de aranhas e, às vezes, fazer tudo isso em menos de 30 segundos. O universo do jogo é enorme e as fases, muito bem elaboradas. Também conta com a versão natalina: Holiday Gift.
Tap Tap Revenge se consolidou como o Guitar Hero para os dedos e já está em sua quarta edição. O jogo tem um repertório respeitável de música pop, embora a maioria dos tracks seja paga. E também é a franquia de jogos portáteis com o maior número de versões que eu já vi. Existe Tap Tap da Lady Gaga, Coldplay e até do Glee. Depois de alguns dias de treino, é possível jogar online, com gente de qualquer lugar do mundo. Aí sim, você percebe que existem dedos muito mais rápidos no gatilho.
Sem dúvidas, o meu preferido! Tiny Wings conta a história de uma ave que nasceu com asas muito pequenas pra voar. Por isso, ela precisa pegar impulso nas mais altas montanhas para tentar alcançar um pouco do céu. É tudo muito comovente e poético. Os gráficos são charmosos desenhos em aquarela que simulam o passar de um dia. É este o tempo que você tem para levar sua ave o mais longe (e mais alto) possível. A trilha sonora é linda, e me faz querer chorar.
PS: Espero que vocês não se importem com essa total falta de critério, sequência ou relevância na elaboração dos posts. Esse blog nunca foi bom de foco.